Áreas de acolhimento empresarial animaram discussão entre maioria e oposição
A criação de áreas destinadas ao acolhimento empresarial no concelho de Guimarães voltou a ser discutida na reunião do Executivo realizada esta quinta-feira.
No período antes da ordem do dia, o vereador do PSD, Bruno Fernandes, insistiu que a falta destes espaços "tem comprometido a instalação de novos investimentos" e o desenvolvimento do território, considerando que o Município "não tem oferta" e "está estagnado".
O representante social-democrata lembrou os projectos do Ecoparque previstos para a zona Sul do Concelho e de requalificação do parque industrial de Penselo e Selho São Lourenço, "que constam do programa da maioria", perguntando: quando vão ser executados? Bruno Fernandes deu o exemplo de Monção que disponibilizou 56 hectares de terrenos para empresas se fixarem no território. "Vemos outros municípios com capacidade atractiva e Guimarães não tem podia áreas de acolhimento empresarial disponíveis. Confesso que tenho alguma inveja de outros municípios", afirmou o Vereador, ao dirigir-se ao Presidente da Câmara: "para quando a resolução dos projectos dos parques industriais que fazem parte da sua candidatura desde 2013".
Na reacção, o Presidente da Câmara rebateu a análise do vereador do PSD, dando o exemplo do Avepark onde existem cerca de 60 hectares disponíveis para o acolhimento empresarial. "Cada território procura desenvolver as suas potencialidades", respondeu Domingos Bragança, realçando que o Município está a trabalhar as áreas de acolhimento empresarial, no âmbito do processo de revisão do Plano Director Municipal, em que estão previstas as Propostas de Contrato de Planeamento (PCP). Aliás, disse, "a próxima reunião descentralizada será dedicada à economia". "Ainda temos bolsa de terrenos, mas não temos para disponibilizar 150 ou 200 hectares", afirmou, vincando que o parque industrial na zona Sul do concelho integra uma dessas propostas, com espaços distribuídos por Lordelo, Moreira de Cónegos, Serzedelo, Gandarela e Guardizela. "Será um parque industrial sustentável, as reservas existentes vão manter-se e teremos em conta a zona da linha férrea para que todas as estações e apeadeiros sejam reabilitadas". "No Avepark, existem lotes sob reserva e estou a estabelecer contactos para a localização estratégica relacionada com o cluster de saúde", acrescentou durante a sessão, ao assinalar que quando "se fixa no Plano Director Municipal uma zona de localização industrial, os preços sobem seis ou sete vezes", aludindo ao valor "de seis a sete milhões de euros" que uma entidade privada apresentou à Câmara para a disponibilização de terrenos na área do Avepark.
A vereadora do Urbanismo, Ana Cotter, interveio para explicar que estão a ser criadas "unidades operativas de planeamento e gestão", instrumento que, no âmbito da revisão do PDM, abre um leque de possibilidades para os privados participarem no processo de transformação do território.
De seguida, o Presidente da Câmara vincou que não pretende "fechar a revisão do PDM sem que todos os interessados participem no processo", informando que "o canal para o transporte em via dedicada a Braga já está definido e tem de ser discutido com as respectivas entidades da tutela". "Não tenha inveja dos outros municípios, porque os outros têm inveja, muita inveja de nós", frisou, ao dirigir-se a Bruno Fernandes. "Guimarães está no topo da atracção para a localização de residências, as pessoas querem vir para o nosso Concelho", observou.
"Neste momento, temos tido soluções para todos os processos de investimento em Guimarães. Não conheço nenhum, que nós não tenhamos respondido", insistiu.
O vereador do PSD apontou o exemplo da plataforma logística que está a ser construída em Silvares. "Essa proposta veio há cerca de 3 anos. Acham que os investidores internacionais esperam três anos para fazer investimentos?", perguntou.
O Presidente da Câmara rematou, sustentando que "60 hectares disponíveis na entrada do Avepark e ao lado, na Gandra estão mais 30 hectares. Na zona de Brito/Pevidém, há zonas para a instalação industrial". "Os terrenos que estão disponíveis têm preços especulativos. Estamos a procurar aumentar a oferta de áreas industriais disponíveis. Temos feito trabalho de pormenor para permitir a expansão industrial porque é fundamental fixar as empresas e garantir que se possam desenvolver", manifestou Domingos Bragança, revelando que está a envidar esforços para que seja possível a deslocalização de uma "fábrica que está instalada no perímetro da Quintã".
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