«Família Silva» foi protagonista da sessão da Assembleia Municipal
Prossegue esta segunda-feira a sessão da Assembleia Municipal de Guimarães.
Rui Armindo Freitas falou de "asfixia fiscal" e André Ferreira recuperou a ideia de que "a Câmara de Guimarães é campeã dos impostos". Emídio Guerreiro acusou o PS de, em tempo de crise, não aliviar a carga fiscal dos vimaranenses.
"A família Silva aprendeu nesta sessão que no seu conjunto, o casal, ganha menos 344 euros por mês do que se morasse para lá da Morreira e ganha menos 240 euros por mês por não viver para lá de Ronfe, em Famalicão. E apesar dessa diferença, a família Silva deve estar satisfeita porque vive em Guimarães «com qualidade»", afirmou.
Sublinhando que "estes dados não incomodam a Câmara nem o Partido que lidera este Município há mais de 30 anos", Emídio Guerreiro continuou dizendo que em Guimarães a família Silva "paga o transporte mais caro, se quiser fazer termas, são mais caras em Guimarães, a derrama dos nossos comerciantes, também é mais cara e os impostos, aquela parte que uma lei nacional permita às câmaras municipais dar um bocadinho do nosso IRS aos munícipes? Não, em Guimarães não queremos. A maioria socialista fica com ele todo na Câmara, porque somos capazes de distribuir melhor. Até dar um mergulho na piscina é mais caro em Guimarães", afirmou.
A resposta do executivo surgiu pela voz da vice-presidente, porque Adelina Paula Pinto disse "conhecer muito bem" a família Silva.
"A família Silva tem dois filhos que andam na escola", começou por afirmar. "E na escola em Guimarães, os filhos têm pequeno almoço, almoço e lanche gratuitos. Como a família Silva tem todas essas dificuldades que assinalaram e que todos conhecemos, conseguem ter os filhos na escola às 7h30, porque os pais entram nos empregos às 8h00, até às 18h30 que é quando saem do emprego e não pagam nada por isso. Nos concelhos vizinhos pagam bastante", referiu.
A responsável Municipal da educação lembrou ainda que "na escola temos todos os dias fruta e leite, pago pelo Município porque o Ministério paga apenas um dia por semana". Adelina Paula Pinto prosseguiu: A família Silva tem tanto azar que tem uma criança com deficiência que precisa de terapias e o Município paga as terapias. E essa criança tem a possibilidade de ficar na escola nos meses de Julho e Dezembro, nas interrupções lectivas, com actividades e com saídas". A vice-presidente acrescentou que "os filhos da família Silva têm ainda a possibilidade de ir ao teatro várias vezes no ano e vão aos museus e vão a espectáculos musicais. E o senhor Silva não paga nada". Por isso e em conclusão, Adelina Pinto rematou dizendo que, se calhar, a diferença não é tão grande quanto a assinalaram".
Emídio Guerreiro retorquiu para dizer que "do que se trata é que os vimaranenses ganham menos do que se ganha em concelhos vizinhos e pagam mais taxas e taxinhas" e num tempo de crise como o que vivemos "devia-se facilitar um pouco a vida dos senhores Silvas".
O Presidente da Câmara entrou no debate para dizer que "Guimarães tem uma política socialmente justa e inclusiva e os vimaranenses contam todos e só se pode atender às necessidades das famílias com contas equilibradas", reiterando que "não temos "impostos altos".
"Essa ideia populista e demagógica de dizer que Guimarães é inferior aos outros concelhos não é boa e apouca as políticas municipais sem apresentar propostas alternativas", apelando ao PSD para deixar de "puxar Guimarães para baixo".
Esta segunda-feira, os membros da Assembleia Municipal vão esgotar a agenda de uma reunião marcada para as 21h00, no auditório da Universidade do Minho.
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