Captação de investimento do PRR para Guimarães gerou apreciações diferentes na reunião do Executivo

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A posição do concelho de Guimarães na captação de investimento do Plano de Recuperação e Resiliência gerou leituras diferentes entre a Oposição e a maioria socialista na reunião do Executivo realizada esta quinta-feira.

O assunto foi levantado no período antes da ordem do dia. O Vereador do PSD, Ricardo Araújo, lamentou a posição ocupada pelo Concelho, fazendo uma análise comparativa com a atracção de investimento conseguida por Braga e Vila Nova de Famalicão.
"O concelho de Guimarães está pessimamente posicionado", observou, precisando que dos 530 milhões de euros previstos para os distritos de Braga e de Viana do Castelo, "cerca de 52 por cento do valor está previsto para o concelho de Braga e Guimarães só tem 7 por cento."

"Guimarães fica atrás de Braga, Vila Nova de Famalicão e Viana do Castelo, o que é altamente preocupante", afirmou, considerando que este indicador vem ao encontro da posição assumida pelos vereadores da Oposição de que "Guimarães tem vindo a perder centralidade, tem perdido competitividade quando comparado com os seus territórios vizinhos". "Este é mais um exemplo do fracasso da política económica do PS dos últimos 10 anos", sublinhou Ricardo Araújo, insistindo que "o PRR é um plano de investimento excepcional, uma oportunidade para reconverter e consolidar os diferentes sectores da economia", considerando que "do ponto de vista quantitativo é absolutamente arrasador o posicionamento do Concelho."

O Vereador do PSD referiu que, do total de 530 milhões de euros aprovados, Braga beneficiou de 274 milhões de euros (52 por cento), Vila Nova de Famalicão tem 90, 6 milhões de euros (17 por cento) e Guimarães atraiu 39, 3 milhões de euros (7 por cento), manifestando-se também preocupada com "a tipologia e a qualificação do investimento". "Em Braga, os dois principais projectos que são financiados pelo PRR são liderados por empresas que envolvem centros de tecnologias e universidades. São dois projectos em áreas tecnológicas, com forte valor acrescentado e potencial de criação de postos de trabalho qualificados", frisou, acrescentando: "em Famalicão, o principal projecto é de cluster no sector têxtil e do vestuário, envolvendo empresas, centros de investigação e tecnologia", enquanto que,"em Guimarães, o principal projecto é o das acessibilidades ao Avepark, uma estrada, cimento, betão, com o objectivo de facilitar a mobilidade". "Vejam a diferença da qualidade do investimento e o que isso significa no impacto futuro do desenvolvimento dos territórios", apontou, insistindo que "o que está a acontecer em Guimarães e é o resultado da falta de estratégia económica, da capacidade de atrair novos investimentos."

Na reacção, o Presidente da Câmara fez questão de esclarecer que várias empresas do concelho integram consórcios liderados por empresas de outros concelhos, vincando que o Município possui um tecido económico forte. "A estrutura económica de Guimarães é constituída por milhares de micro, pequenas e médias empresas. O PRR nas suas agendas mobilizadoras foi muito vocacionado para as grandes e até muito grandes empresas. Não quer isto dizer que as empresas de Guimarães não estejam no consórcio das diversas agendas mobilizadoras. Conheço muitas empresas que estão nesses consórcios! A empresa que lidera a agenda mobilizadora tem sede noutro concelho e é esse registo de localização nos fundos do PRR, mas as empresas de Guimarães beneficiam do PRR", afiançou Domingos Bragança, indicando que o Município "está a trabalhar para que as médias empresas possam passar para um patamar de grandes ou muito grandes empresas." "É esse trabalho que temos feito. É um trabalho que demora, num ciclo longo... A riqueza da actividade económica de Guimarães não é gerada por uma ou duas grandes empresas, são as dezenas de milhares de empresas - 14 mil empresas - que é o universo de Guimarães."

Na sua análise, o Presidente da Câmara defendeu que o concelho está bem posicionado na comparação com os outros municípios, destacando a capacidade de atracção de investimento público. "O Município de Guimarães tem ido a todas as linhas de financiamento e todas as candidaturas têm sido aprovadas. Estamos bem daquilo que compete directamente ao Município", frisou, informando que o Município encomendou um estudo para obter a caracterização económica do concelho e o seu autor já deu conta de que "o concelho de Guimarães está bem colocado na sua força económica comparativamente aos outros municípios."

"Temos trilhado o caminho de fazer com que o conhecimento produzido nos centros de conhecimento seja transferido para a economia, envolvendo as empresas", apontou Domingos Bragança, indicando que o trabalho que está a ser desenvolvido pela Divisão de Desenvolvimento Económico que agora lidera será complementado com a futura Agência de Investimento de Guimarães, para "dar maior flexibilidade à sua acção e assim dar um salto porque os desafios são enormes."

Marcações: desenvolvimento económico, Plano de Recuperação e Resiliência, reuniao do executivo vimaranense

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