Ricardo Costa: "Subscrevo e lidero um projecto colectivo"
Em entrevista ao Grupo Santiago, o candidato à liderança do PS de Guimarães, Ricardo Costa, afirmou que a democracia está a funcionar no PS. Esta é a sua interpretação para o facto de, ao cabo de cerca de três décadas, se registar um sufrágio disputado no PS de Guimarães.
Grupo Santiago (GS) - Que motivações estão na origem da sua candidatura?
Ricardo Costa - A candidatura «Construir 2025 – Reforçar a Confiança» é um projecto colectivo voltado para o Partido Socialista e para Guimarães, que integra socialistas oriundos de todo o concelho. Cabe-me, na sequência do desafio que muitos camaradas me foram lançando, encabeçar a lista à Comissão Política Concelhia e liderar um projecto verdadeiramente transformador e agregador. São várias as motivações desta candidatura e todas elas se agregam no objectivo claro de responder aos enormes desafios do presente e do futuro, nomeadamente, o de garantir a continuidade da confiança, sempre renovada de forma expressiva, que os vimaranenses têm conferido ao PS e ao nosso projeto político para a governação local.
GS - Na sua opinião, que razões explicam o facto de haver eleições disputadas para a Concelhia do PS ao cabo de tantos anos de candidatura única?
RC - É a democracia a funcionar. Numa altura em que alguns cidadãos olham para os partidos políticos como um elemento menos positivo na democracia, considerando-os viciados nas suas dinâmicas e fragilizados no seu papel, é positivo que a concelhia de Guimarães tenha alternativas possíveis, à disposição da escolha e do voto dos militantes, nestas eleições. Considero, também, que o facto de haver mais do que uma candidatura é o reconhecimento, desde logo por parte dos socialistas vimaranenses, da importância que o novo ciclo político tem para o PS e para Guimarães.
GS - O facto de haver uma disputa eleitoral pode fragilizar a imagem do Partido no Concelho?
RC - Creio que esse facto deve ser visto como algo positivo e favorável ao PS e ao futuro de Guimarães. No próximo dia 8 de Outubro a escolha estará nas mãos dos militantes e são eles que dirão quem querem à frente do nosso partido. Importa, sobretudo, que saibamos unir e fortalecer o PS para lá do momento eleitoral, porque considero que só assim poderemos construir 2025 e reforçar a confiança no Partido Socialista. Da minha parte, estou inteiramente disponível e focado nesse objectivo.
GS - O que diferencia, verdadeiramente, a sua candidatura da opositora?
RC - Muitas vezes as pessoas, sejam ou não militantes, têm a tendência ou a tentação de confundir as questões pessoais com as questões políticas. De facto, as lideranças são sempre e inevitavelmente marcadas pelo traço pessoal dos líderes, mas são as nossas ideias, o nosso percurso e os projectos que devem merecer a atenção e a avaliação de quem nos escolhe. Considero que a candidatura «Construir 2025 – Reforçar a Confiança» se distingue por ser a candidatura dos militantes, que trata todos por igual, com respeito pela liberdade de escolha, sem deixar ninguém para trás. Eu próprio conheço os militantes um a um, pelo nome. É esta proximidade e trabalho que queremos trazer para o quotidiano da nossa acção política.
GS - Que aspectos destaca da sua moção que considera fundamentais para merecer o voto dos militantes do PS?
RC - Desde logo, o facto de a nossa Moção Global de Estratégia ter sido construída pelos militantes, numa discussão alargada, aberta e abrangente, que contou também com o contributo de especialistas em áreas de referência, oriundos da sociedade civil. Esta é uma agenda programática e política desenhada pelos militantes e pelos vimaranenses, que não sendo filiados, se reveem na nossa matriz identitária e, por isso, se disponibilizaram a participar. Além desse aspecto formal, há uma dimensão de conteúdo que merece ser sublinhada, porque não nos cingimos à apresentação de um documento focado apenas na dinâmica interna do partido, mas fomos mais longe e temos um programa político para o nosso concelho em áreas como a economia, digitalização, inteligência artificial, inovação local, cultura, turismo, educação, justiça social, ensino superior, saúde, desporto, tempos livres, vida saudável e a organização administrativa do Concelho.
GS - O PS tem ganho sucessivamente as eleições autárquicas em Guimarães com maioria absoluta. Que estratégia deve assumir o Partido para manter esse resultado?
RC - O PS deve continuar a colocar os vimaranenses em primeiro lugar, porque só assim continuará a merecer a sua confiança expressiva para governar o Concelho e as juntas de freguesia. Deve, também, estar à altura do desafio do próximo ciclo político e, por essa razão, o projecto político da nossa candidatura está já definido e com respostas concretas a cada uma das problemáticas. Devemos escolher os melhores, envolvendo todos os socialistas, protagonizando um projecto para Guimarães, que permita rasgar o nosso futuro com ambição e com uma visão estratégica de competência, de trabalho e de rigor, com o compromisso pré-assumido e a intenção clara de construir uma candidatura do PS vitoriosa no Município e nas freguesias, em 2025. Para tudo isto, é preciso que os militantes sejam ouvidos em vários momentos e não apenas através do acto eleitoral para os órgãos do partido e essa é uma das nossas prioridades: ouvir para construir.
GS - Em que medida uma derrota eleitoral nestas eleições condicionará o seu futuro político pessoal?
RC - Subscrevo e lidero um projecto colectivo e, por isso, o resultado que os militantes nos conferirem no próximo dia 8 de Outubro será o resultado de todos. Não obstante, assumi sempre e assumo a minha responsabilidade em cada momento da minha intervenção política. Nada de pessoal me move. Sou candidato com o objetivo claro de vencer estas eleições para contribuir para o sucesso do Partido Socialista e para o desenvolvimento de Guimarães em todas as freguesias. O voto de confiança dos militantes – que estou certo nos darão já no próximo dia 8 de Outubro – não servirá para nenhum objectivo pessoal, meu ou de qualquer outro membro da nossa candidatura, mas para engrandecer a nossa ação colectiva, participada e sempre próxima, em benefício do nosso partido e da nossa terra.
GS- A sua candidatura pressupõe a preparação das autárquicas de 2025? Caso vença as eleições internas do próximo dia 8, está disponível para assumir a próxima candidatura socialista à Câmara Municipal?
RC - Há muito trabalho a fazer e entendo que estamos todos de acordo com a necessidade de começar a preparar, desde já, uma sucessão sólida, sustentada e ganhadora, não só em relação ao Município, mas também relativamente às nossas freguesias. O caminho faz-se caminhando e os militantes, em cada momento, terão sempre de ser ouvidos e os órgãos próprios do partido farão as suas escolhas, no cumprimento pelo calendário interno, na certeza de que podem sempre contar com o meu contributo e com a minha inteira disponibilidade para engrandecer o PS e o concelho de Guimarães.
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