Maioria socialista chumbou proposta do PSD para atribuição de vale escolar de 20 euros
A maioria socialista chumbou a proposta do PSD para a atribuição de um vale escolar no valor de 20 euros para a aquisição de material escolar para alunos do 1º, 2º, 3º ciclos e secundário do concelho.
Na reunião desta quinta-feira, a proposta foi rejeitada com os votos contra dos socialistas e os votos favoráveis dos vereadores da Coligação Juntos por Guimarães.
Durante a sessão, o Presidente da Câmara justificou que o Município tem como prioridade "a educação, com apoios aos alunos, às famílias e às escolas", sempre tendo em conta "a garantia de igualdade perante as condições sociais", rejeitando a proposta da Oposição.
No final da reunião, o vereador do PSD, Ricardo Araújo, manifestou "desalento'' pela postura do PS, "que revela uma falta de cultura democrática". "Mais de 90 por cento das propostas que o PS apresenta merecem a nossa concordância e votamos grande parte delas favoravelmente. O PS é incapaz de fazer o mesmo em relação à Oposição", considerou, acrescentando: "32 anos de PS em Guimarães transforma-se num poder excessivo e absoluto que não é capaz de respeitar e valorizar as propostas da Oposição, mesmo quando tem tudo para concordar com eles".
"O único argumento apresentado para justificar o voto contra a proposta de atribuição de um apoio de 20 euros a cada aluno para descontar no comércio tradicional em material escolar, é o de o Presidente de Câmara achar que os apoios do município só devem ser atribuídos às famílias de menores rendimentos, considerando que um apoio generalizado não merece essa apreciação, quando esse princípio não é o mesmo para outros apoios", lamentou Ricardo Araújo. "Há dois meses foram aprovados apoios para os livros de fichas e cadernos de actividades para todos os alunos. Em que é que se diferencia o princípio? Por que é que o princípio de apoiar quem mais precisa só se aplica à avaliação da nossa proposta de apoiar aquisição de material escolar e não se aplica à aquisição de fichas e cadernos de actividade para as mesmas famílias como PS apresentou em Julho?", questionou, apontando ainda que "algumas juntas de freguesia do Partido Socialista apresentaram esta medida como adquirida para os cidadãos da freguesia", exemplificando com o caso de Urgezes que anunciou que vai oferecer material escolar. "Faz sentido que haja famílias de primeira e de segunda. Que as famílias de Urgezes recebam apoio para material escolar e nos outros pontos do concelho não recebam?", salientou.
No final da sessão, a Vereadora da Educação, Adelina Pinto, justificou que o sentido de voto da maioria socialista, "não tem a ver com falta de cultura democrática, mas sim com o que consideramos ser a oportunidade ou não da proposta". "Em julho, foi votada uma proposta em que atribuímos os livros de fichas a todos os alunos, dado que o Governo assumiu os manuais escolares. Os livros de fichas são complementares aos manuais escolares e não fazia sentido o Governo dar os manuais e a Câmara fazer a distinção entre o escalão A e o B. No material escolar, fazemos um reforço das verbas transferidas para as escolas, permitindo que façam a aquisição no comércio local, porque se fosse o Município o valor seria muito elevado e teria de ser aberto um concurso público, estando sempre em aberto essas transferências de verbas em articulação com as escolas. A nossa política educativa não se compadece com dar 20 euros, mas sim com garantir ao longo do ano um trabalho tendo em conta a equidade entre os alunos, assegurando os mesmos direitos".
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