PSD diz que projecto do Campus da Justiça fez «inversão de marcha»
O PSD considera que as declarações do Secretário de Estado da Justiça sobre o Campus da Justiça de Guimarães são uma "inversão de marcha" no processo.
Falando no final da reunião de Câmara desta quinta-feira, Bruno Fernandes comentava afirmações do governante aquando da sua recente deslocação a Guimarães. O representante do PSD lembrou que foi em 2019 que o Governo assinou com a Câmara o protocolo para a concretização do projecto.
"Quando se assina um protocolo, quando se faz um anúncio de um investimento desta natureza, presumo que a boa gestão manda que todas as questões estejam já tratadas. A partir daí, é fazer o projecto, lançar a obra e concretizar o investimento", afirmou.
Para Bruno Fernandes "aquilo que vamos vendo, permanentemente, é que se realizam estes momentos, que são momentos sobretudo para fora, para projectar uma ideia, muitas vezes em vésperas de actos eleitorais e depois quando se «espreme» o conteúdo desses anúncios, passam anos consecutivos. Estamos em 2022 e o Secretário de Estado disse agora que o processo está em «stand by».
Na resposta o Presidente da Câmara lamentou que a oposição faça um discurso que passa para a opinião pública a ideia de que é tudo fácil de concretizar:
Salientando que os processos "podem sempre sem mais ágeis", Domingos Bragança lembrou que está está em causa a necessidade de arranjar terreno, executar projecto e disponibilizar a necessária dotação financeira.
"Tem a Câmara dificuldade em executar projectos como tem o Governo, no contexto de guerra em que vivemos e em que os custos de tudo disparam que põem tudo em causa e até concursos desertos de empreiteiros interessados em executar os projectos", afirmou.
Segundo o Presidente da Câmara "é fácil dizer que determinada obra já devia estar feita mas é preciso que haja condições para que as coisas se façam", lamentando que se passe "a ideia de que é tudo fácil de se fazer quando tudo demora o seu tempo e é necessário arranjar os recursos para concretizar os projectos".
Domingos Bragança reiterou que o processo do Campus da Justiça se encontra na fase de apreciação dos projectos de arquitectura e de especialidades.
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