Aprovada compra do parque de campismo e polidesportivo das Taipas

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A maioria socialista aprovou a aquisição por parte do Município à Cooperativa Taipas-Turitermas do prédio urbano onde estão instalados o parque de campismo das Taipas, o polidesportivo e um restaurante, na Alameda Rosas Guimarães, naquela vila.
A Autarquia vimaranense está disposta a pagar dois milhões de euros, repartidos por sete prestações anuais e durante seis anos, para resolver os problemas financeiros com que se debate a Turitermas, nomeadamente os encargos decorrentes de empréstimos contraídos num valor superior a cinco milhões de euros.
Na reunião do Executivo, os vereadores da Coligação Juntos por Guimarães votaram contra a proposta, numa manifestação de "censura a mais um financiamento da Taipas-Turitermas através da aquisição de património da Cooperativa para saldar empréstimos e questões de tesouraria". "Os vimaranenses vão pagar dois milhões de euros à Taipas Turitermas para corrigir erros de gestão cometidos ao longo dos últimos anos", apontou Bruno Fernandes, do PSD, ao referir-se aos investimentos efectuados pela Cooperativa "para os quais não tinha dotação financeira".

Para o representante social-democrata, a Taipas-Turitermas afastou-se "da sua actividade central", assumindo novas competências que "arruinaram a cooperativa". "Tentou ocupar o espaço que competia à Junta de Freguesia", afirmou, acrescentando que desde 2015 já se perspectivava a ruptura financeira. "A Cooperativa tem sido mal gerida. A escolha dos gestores não pode ser em função da afinidade partidária", indicou, ao considerar que a Turitermas optou por "uma estratégia errada, entrando em áreas que não se deveria meter" e lembrou o processo que conduziu à saída do ortopedista Hélder Pereira e implicações na facturação.

Bruno Fernandes defendeu que a proposta deveria ser acompanhada de um estudo de viabilidade económica e um plano de reestruturação, lamentando o "streptease e carrossel de empréstimos".

Na reacção, o Presidente da Câmara reconheceu "o problema de endividamento" da Cooperativa, "por ter gerado dívida que não corresponde à capacidade de gerar fundos". Domingos Bragança recordou que a comparticipação comunitária para o investimento feito na reabilitação dos «Banhos Novos» ficou aquém do esperado e que a construção do polidesportivo "agravou a situação financeira da Instituição". "Não estão em causa os investimentos, eles são uma mais-valia", assinalou, considerando que no caso do Polidesportivo "mais valia que ele tivesse sido um investimento do Município".

O Presidente da Câmara fez questão de salvaguardar que a proposta carece de visto do Tribunal de Contas, podendo vir a ter de ser aperfeiçoada no diálogo com aquela entidade. Se o Município não tiver condições para fazer a aquisição, Domingos Bragança admitiu a possibilidade de abertura de um processo para a concessão ao sector privado. "Temos de equacionar todas as possibilidades".

Na análise da proposta, o Vereador do PSD, Ricardo Araújo, pediu o apuramento de responsabilidades. "As obras estão excelentes, mas onde está a responsabilidade de quem geriu e contraiu empréstimo em cima de empréstimo, sabendo que não seria possível pagar", questionou, fazendo uma retrospectiva dos empréstimos contraídos pela Taipas-Turitermas ao longo dos últimos anos.

O Presidente da Câmara fez questão de salvaguardar que a proposta carece de visto do Tribunal de Contas, sustentando que "a transferência dos valores financeiros por parte da Câmara para a Turitermas, no caso de ser possível fazê-lo, será para fazer o distrate da hipoteca". "O bem que estamos a adquirir está hipotecado ao banco e os valores a transferir pela Câmara à Turitermas serão para pagar essa dívida que permita fazer o distrate e anular o ónus de hipoteca sobre este bem. Isso precisa de ficar no contrato", alegou, admitindo que "se não for concedido visto pelo Tribunal de Contas terão de ser equacionadas outras soluções. "Os bancos credores vão ter de estar na contingência de renegociar os prazos da dívida, esse pode ser um caminho perante uma situação em que a Câmara não pode dar o apoio à Turitermas", comentou, apontando também a possibilidade de uma concessão de determinados bens ao sector privado. "Admito todos os cenários. É preciso resolver a situação. O investimento foi bom para as Caldas das Taipas; foi bom para as termas das Taipas, o que significa que foi bom para Guimarães e perante esta situação financeira a Câmara de Guimarães está a tentar resolver um problema que é financeiro... não tem mais nada do que a dimensão financeira".

Refira-se que na reunião do Executivo Municipal de Guimarães desta segunda-feira, João Vicente Salgado, do CDS-PP, estreou-se na vereação, substituindo Vânia Silva.

Excerto do artigo que será publicado na íntegra no jornal O Comércio de Guimarães, na edição de 22 de Junho de 2022.

Marcações: reuniao do executivo vimaranense, Cooperativa Taipas Turitermas

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