PSD diz que modelo de apoio da Câmara de Guimarães às freguesias promove "dependência moral e política"

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O PSD diz que a maioria socialista impõe um modelo de apoio às freguesia que provoca aos autarcas "dependência moral e política".

A acusação foi assumida por Hugo Ribeiro, do PSD, na reunião quinzenal do Executivo Municipal vimaranense no âmbito da discussão de propostas para atribuição de apoios e delegação de competências nas freguesias através de contratos interadministrativos. As propostas foram aprovadas apenas com os votos da maioria socialista. A oposição votou contra. Hugo Ribeiro , do PSD, justificou o sentido de voto contra o que classificou de "política de subsidiodependência imposta pelo PS" aos autarcas das freguesias.
"Não há dúvida alguma de que o PS tem gerido esta relação com as juntas de freguesia do Concelho de forma subsidiodependente. Quando uma obra está na dependência directa do Presidente de Câmara, ficasse dependente, moral e politicamente, devido a um serviço que nos foi prestado que provoca um sentimento de gratidão", afirmou.

O Presidente da Câmara não concorda. Domingos Bragança reclama para a sua gestão a bandeira de um forte investimento nas freguesias para promover a coesão territorial.
"Uma marca da minha governação é exactamente o forte investimento nas freguesias. Houve um forte investimento no anterior mandato e continua neste. A minha leitura do território é de coesão territorial. Há freguesias que já têm determinados investimentos, têm níveis diferentes de desenvolvimento. Se se atribuísse uma verba a todos mesmo tendo em conta a sua população e a sua área geográfica, estava a prolongar a desigualdade territorial", sublinhou.

Hugo Ribeiro lembra que o PSD defende a duplicação de valores a transferir para as freguesias e considera que a freguesia de Ponte evidencia uma desigualdade "evidente que está aos olhos de qualquer pessoa".
"Constata-se facilmente essa desigualdade e os próprios presidentes de junta do PS sabem isso muito bem. Mas como tudo passa pela mão do Presidente ninguém ousa contestar e não devia ser assim", realçou, reiterando que a Câmara devia divulgar a lista de apoios financeiros atribuídos às Juntas. Um pedido de Domingos Bragança diz não estar esquecido e que vai ser satisfeito.

O Presidente da Câmara considera normal a divergência em política e considera estar em melhor posição para definir o critério de atribuição de verbas às freguesias do Concelho que diz merecer a concordância dos autarcas.
"Perguntem de forma clara aos senhores presidentes de junta, olhos nos olhos, concordam com este modelo ou não. O critério que usamos para os apoios tema apenas em conta o desenvolvimento de cada uma das nossas freguesias e assim vai continuar a acontecer, um forte investimento que chega a 6/7 milhões de euros, havendo anos em que atingimos 10 milhões de euros através de acordos de cooperação ao interadministrativos", concluiu.


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