Presidente da Câmara esclareceu demolição das salas de ensaio no Teatro Jordão
O Presidente da Câmara de Guimarães esclareceu os fundamentos técnicos e económicos que sustentaram a decisão de demolir e reconstruir as salas de ensaio das Bandas de Garagem, no âmbito da obra de requalificação do edifício Jordão e Garagem Avenida para a Escola de Música e Artes Performativas e Visuais.
Durante a última reunião do Executivo, Domingos Bragança distribuiu aos vereadores um documento em que faz a cronologia do processo, depois das críticas lançadas na última sessão da Assembleia Municipal. "Oriento a minha vida pela ética, persistência e honestidade", observou durante a sessão, declarando que "foi um bom acto de gestão face ao conhecimento que se tinha em cada momento das decisões".
No texto, o Edil realçou que o Teatro Jordão e o edifício da Garagem Avenida foram adquiridos em anos diferentes, o primeiro em 2010 e o segundo em 2014, apresentando com pormenor os resultados dos estudos de segurança realizados. "O estado de conservação estrutural" do imóvel onde vieram a ser instaladas as salas de ensaio para bandas de garagem foi calssificado de "bom" num estudo de 2010, seguindo-se um estudo geotécnico nesse mesmo ano que serviu de base à execução do projecto. "Assegurando que o edifício estava estruturalmente capaz para as obras que nele se pretendiam realizar, e que, pela sua localização, as salas de ensaio não obstariam ao desenvolvimento da solução global para o conjunto do edifício, avança-se em 2010 com o projecto de arquitectura das salas de ensaio para as bandas de garagem", refere-se, precisando que o projecto de execução veio a ser aprovado a 6 de Maio de 2011, sendo em Março de 2014 promovida a abertura de procedimento para a execução da empreitada, adjudicada pelo valor de 643 mil euros, acrescida de IVA, após a aprovação da candidatura a fundos comunitários.
A obra ficou concluída em Março de 2015 e foi inaugurada nas comemorações do 24 de Junho desse ano. "As bandas ocuparam as salas em Setembro de 2016, registando a partir daí uma taxa de ocupação muito elevada", assinala o documento, explicando que, em Dezembro de 2014, iniciam-se os procedimentos para a elaboração do projecto do edifício Jordão e Garagem Avenida para a Escola de Música e Artes Performativas e Visuais, onde é solicitada que na solução do projecto sejam incorporadas as pré-existências - as salas de ensaio para bandas de garagem. No desenvolvimento do projecto, prossegue, "o projectista da parte da estabilidade sugeriu à Câmara que, após visita ao local e avaliação mais aprofundada do estado de conservação da superestrutura do edifício, a realização de estudos técnicos complementares". "Em posse de tais estudos, o projectista emitiu um parecer técnico onde é referido que, do ponto de vista técnico e económico, a melhor solução seria a demolição e posterior reconstrução dos elementos estruturais em causa, pois, por um lado, essa nova estrutura permitiria dotar o edifício de um comportamento compatível com as novas legislações e acções, além de que asseguraria durabilidade, fiabilidade e a capacidade para fazer face a eventuais alterações de cargas que venham a ser suscitadas por alterações funcionais futuras do edifício. O custo desta solução foi estimado em 350 mil euros. A alternativa a esta solução seria a reabilitação desses elementos estruturais, com todos os inconvenientes técnicos de uma estrutura que pode não garantir a durabilidade e fiabilidade do edifício. O custo desta solução foi estimado em 500 mil euros".
"Ainda que a opção recaísse na reabilitação, tal não evitaria que as salas de ensaio fossem afectadas, uma vez que seria sempre necessário intervir na estrutura do edifício ali localizada, situação que apenas foi passível de verificação após a realização destes últimos estudos", informa, ao dar conta que "foi decidido pela primeira opção - demolição e reconstrução - uma vez que representava uma solução técnica e economicamente mais vantajosa". "A solução adoptada afecta a obra construída das salas de ensaio das bandas de garagem na ordem de 300 mil euros, uma vez que a sua desmontagem foi feita de molde a reaproveitar grande parte dos seus elementos construtivos", afiançou, reconhecendo que devido à natureza da obra, "o funcionamento das salas de ensaio teria sempre que ser suspenso" para a reabilitação do Teatro Jordão, consignada em 23 de novembro de 2018, após ter sido adjudicada pelo valor de 11 milhões 499 mil euros.
Excerto do artigo que será publicado na íntegra na edição de 10 de Julho de 2019, do jornal O Comércio de Guimarães.
Marcações: reunião camarária, bandas de garagem