Discussão sobre novo parque de estacionamento Camões-Caldeiroa encheu salão nobre da SMS
A proposta de adjudicação da execução do parque de estacionamento adjacente às ruas da Caldeiroa, Liberdade e Camões vai ser submetida à apreciação da vereação municipal na reunião da próxima quinta-feira.A revelação foi feita pelo Presidente da Câmara, no final da sessão informativa que ontem à noite registou lotação esgotada, para uma discussão acesa e sem consensos, no Salão Nobre da Sociedade Martins Sarmento.
Durante cerca de três horas, ouviram-se preocupações, testemunhos favoráveis e divergentes ao investimento, depois da equipa técnica ter apresentado o projecto que prevê a criação de 440 lugares de estacionamento.
Um morador da Rua de Camões deu o mote para a discussão, dizendo que o quarteirão está empestado de ratos e silvas, fazendo um pedido ao Presidente da Câmara para abrir muros para que as pessoas possam ver o que existe no miolo interior daquela zona da Cidade.
Houve também quem tenha vincado a oposição ao parque. Max Fernandes, artista e professor, que trabalha no edifício de uma antiga fábrica e que afirmou representar um colectivo de artistas que ali desenvolve a sua actividade, lamentou as consequências para o património arqueológico e ambiental da ocupação do espaço com um parque de estacionamento. No seu entender, a Cidade não precisa deste equipamento e recorrendo a fotografias fez alusão a um levantamento feito no passado dia 19, dia de feira semanal e com o parque das Hortas ocupado com um evento, alegando que a Cidade sobreviveu sem menos 750 lugares de estacionamento. Lembrou a presença dos edifícios das antigas fábricas e quintais, defendendo que o espaço deveria ser reabilitado com outra função.
Diferente foi a posição assumida pelo pároco de S. Sebastião. José Antunes é responsável pelo Patronato, instituição de assistência social cujo imóvel está a sofrer obras de reabilitação, tendo manifestado a necessidade deste equipamento cuja criação considerou ser "urgente".
Numa outra intervenção, Ivo Oliveira, arquitecto e professor da Universidade do Minho, evocou o projecto de regeneração do Largo do Toural e um estudo realizado em 2009, para assinalar que estavam previstas complementaridades com a criação de um sistema de parques de estacionamento, "em anel".
Numa discussão longa, por vezes, com exposições que motivaram aplausos, ouviu-se Cesár Teixeira a desafiar o Presidente da Câmara a suspender o processo de construção por faltarem apenas quatro meses para as eleições autárquicas. Domingos Bragança adiantou no final do debate que a proposta de adjudicação da obra será apresentada na próxima reunião do Executivo.
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