Alegações finais do caso da perseguição fatal da auto-estrada
O advogado de defesa do arguido do caso da perseguição fatal da auto-estrada teve ontem que sair das Varas de Competência Mista de Guimarães sob escolta policial. Moreira Lima foi ameaçado pelos populares que estavam na sala de audiências, depois de ter proferido as alegações finais. O Guimarães Digital sabe que o advogado vimaranense vai pedir o reforço policial na próxima sessão do julgamento, em que o Colectivo vai proferir a sentença deste caso.A Procuradora-Adjunta e a acusação pediram uma pena exemplar para o arguido do caso da perseguição fatal da auto-estrada. O caso passou-se em Novembro de 2002. Fernando Freitas é acusado de ter morto a tiro Bruno Ferreira, na Urbanização da Atouguia, depois de uma perseguição na auto-estrada.
Nas alegações finais, a Procuradora-Adjunta disse não entender o facto do arguido estar acusado de um crime de homicídio simples, quando o mais adequado era homicídio qualificado. A Procuradora disse ter achado "chocante" o facto do arguido ter referido ao longo do seu depoimento que não tinha tido culpa pelo que aconteceu, bem como pelo facto de não ter mostrado arrependimento. "Isto é arrepiante" sublinhou a Procuradora, ao referir que foi feita prova que a vítima não o agrediu.
A acusação subscreveu, na totalidade, o que foi dito pela Procuradora, ao considerar que o arguido perseguiu "pretenazmente" a carrinha onde seguia a vítima e que, podendo ir embora, preferiu esperar pela vítima com uma pistola. A acusação sublinhou ainda o facto de que o jovem de 19 anos era a única companhia da mãe, a quem dava todo o ordenado.
A defesa não deixou de considerar que este crime foi praticado por um motivo fútil e que o desentendimento na auto-estrada é irrelevante para xplicar este caso. Para a defesa, o momento fatal deste crime aconteceu quando o veículo do seu constituinte entrou numa estrada sem saída, na Urbanização da Atouguia. E, como as provas periciais o demonstram, a vítima é que foi ter com o arguido, uma vez que há sangue no interior do veículo. A defesa sublinhou ainda que o arguido nunca pretendeu fugir, uma vez que desligou o carro e que foi ele próprio que pediu para chamar a polícia e os bombeiros.
Ontem, a defesa juntou ainda ao processo um requerimento onde o arguido manifesta a intenção de dar à mãe da vítima todo o dinheiro que ganhou até hoje no Estabelecimento Prisional de Guimarães, uma intenção que pretende que se mantenha no futuro, a quem pretende entregar dois terços do que virá a receber.
No final, o arguido voltou a falar. Para dizer que não consegue dormir, porque vive com o pesadelo do crime que cometeu. Uma declaração que revoltou os familiares e amigos da vítima, que voltaram a ameaçar Fernando Freitas, a quem tentaram agredir.
A leitura da sentença está marcada para o próximo dia 19.
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