Agrupamentos Francisco de Holanda e Virgínia Moura abrangidos pelo projecto de flexibilização curricular
É a grande novidade do ano lectivo 2017-2018. O projecto-piloto de flexibilização curricular vai ser implementado em Guimarães, nas escolas do Agrupamento Virgínia Moura e Francisco de Holanda.
Estes dois agrupamentos de escolas do Concelho foram escolhidos pelo Ministério da Educação para integrar a experiência pedagógica, aparecendo referenciados na lista publicada pela Direção-Geral da Educação (DGE). Em ambos os casos, serão abrangidas todas as turmas do 1º, 5º e 7º anos de escolaridade e os horários serão organizados com tempos de 50 minutos.
A Directora do Agrupamento de Escolas Virgínia Moura declarou que o envolvimento neste projecto estava a ser "trabalhado" desde Abril. "Fomos contemplados, se calhar, por tudo aquilo que tem sido possível fazer", observa Maria de Jesus Carvalho, ao elucidar que a decisão de aderir ao projecto "foi muito partilhada por todos os órgãos internos da Escola".
No seu entender, o desafio que o Ministério da Educação proporcionou vem complementar "o bom trabalho feito com os alunos, com resultados no processo de aprendizagem". "As taxas de sucesso subiram, diminuímos o abandono a zero por cento, diversificamos das ofertas, temos vários projectos internacionais, alguns premiados", expressa, apontando o caso do Projecto Fénix "que está no primeiro ano e já começou a dar frutos nas áreas do Português e da Matemática". "As nossas avaliações estão sempre acima da média nacional, as taxas de sucesso aumentaram e penso que o Ministério da Educação olhou para nós com outros olhos e viu que tínhamos capacidade para abraçar este projecto", assinalou, realçando a ajuda da Câmara de Guimarães e da Comunidade Intermunicipal do Ave.
Quanto às medidas concretas que a flexibilização curricular vai permitir, a Directora do Agrupamento Virgínia Moura destaca que serão envolvidos 40 professores e 88 alunos do 1º ano, do 1º ciclo, 73 das turmas de 5º ano e 100 alunos do 7º ano. "Alguns projectos vão continuar e serão adoptadas algumas novidades: vamos passar para horários de 50 minutos, vamos reorganizar turmas e disciplinas, algumas disciplinas que eram anuais vão ser semestrais", precisou a responsável, vincando que "vai haver mais trabalho prático e experimental, com parcerias com o Curtir Ciência e com o Laboratório da Paisagem, e actividades pedagógicas no Castelo de Guimarães e no Paço dos Duques.
Mas, "a menina dos olhos é a criação de uma disciplina de Currículo Local, nova, construída com a ajuda da Casa da Memória e da Câmara Municipal". "São 33 aulas em que o conteúdo é relacionado com o concelho de Guimarães, tanto o património material como imaterial. Esta disciplina é anual terá 50 minutos por semana, em que os alunos do 5º ano, vão descobrir Guimarães! Ainda não tem nome, mas para já é Curriculo Local", explicou, ao dar conta dos traços gerais do projecto que "é muito ambicioso, mas vai ser aliciante". "Não vamos mudar de forma radical. Vamos dar as disciplinas que vão trabalhar directamente na flexibilidade num contexto mais prático, explorando por exemplo conteúdos comuns entre Físico-Química e Matemática. Dentro da sala de aulas, vamos trabalhar com carteiras em ilhas, mesas dispostas em U para que os alunos fiquem mais motivados e tenham mais interesse porque vamos ter trabalhos de projecto", informou, esperando que seja concretizada "a sala com futuro, um laboratório de ensino e aprendizagem, projecto de 33 mil euros que já está lançado. "É cada vez mais importante que os alunos cheguem à escola e fiquem espantados, para os conseguirmos motivar", assumiu.
Já a Directora do Agrupamento Francisco de Holanda considerou "o desafio aliciante", fazendo questão de realçar igualmente a responsabilidade decorrente da confiança dos pais que matricularam os filhos nas suas diferentes escolas. "Decidimos agarrar a iniciativa de flexibilização curricular nos anos iniciais por forma a colocar em prática ideias e metodologias pedagógicas, de forma a que os alunos se sintam motivados para a aprendizagem e para o desenvolvimento das suas capacidades e competências", anotou Rosalina Pinheiro, esperando que o projecto contribua para os alunos ficarem melhor preparados e mais interessados pela escola".
Todas as escolas do Agrupamento Francisco de Holanda serão abrangidas pela experiência pedagógica, nomeadamente as turmas de 1º, 5º e 7º anos. "Este ano, decidimos avançar com o projecto apenas no ensino básico. Vamos monitorizar e avaliar trimestralmente a implementação e só quando assegurarmos algumas práticas, aí sim, avançaremos para o ensino secundário", salvaguardou, ao esclarecer que a grande preocupação é garantir aos alunos a obtenção das aprendizagens essenciais. "A esta altura do campeonato ainda não definidas para o ensino secundário e os nossos alunos têm expectativas de futuro, de irem a exames nacionais e ingressarem no ensino superior e precisamos de tempo para olharem para essas competências essenciais, analisar e perceber que outras aprendizagens servirão de complemento. Para isso precisamos de tempo, que de Julho a Setembro, não foi possível", reconheceu, acrescentando que, no próximo ano, após avaliação do projecto, "decidir-se-á se avançaremos para as turmas de 10º ano".
Nas turmas de 1º, 5º e 7º ano, em que o projecto será implementado, Rosalina Pinheiro destaca a oportunidade de "romper com a tradição do horário de 90 minutos", passando as unidades de tempo lectivo para 50 minutos.
"Fizemos a união de algumas áreas disciplinares, nomeadamente a Cidadania e Desenvolvimento está junta com as TIC, onde as TIC são uma ferramenta ao serviço de um projecto que será delineado com o Conselho de Turma durante o mês de Setembro, nos 5º e 7º anos". "No 1º ano, vamos trabalhar em metodologia de projecto, em que cada turma tem um conjunto de professores coordenados pela professora titular e todo o processo de aprendizagem dos alunos será em função de um projecto que cada professor titular irá desenvolver e para a prossecução desse projecto irá convocar vários saberes, das ciências experimentais, da educação cívica e expressões, num quadro de aprendizagem mais globalizante", explicitou a responsável, manifestando a confiança de que a forma de trabalhar por projecto permita uma maior consistência e sirva para motivar os alunos para a aprendizagem.
No caso do Agrupamento Francisco de Holanda, o projecto servirá para garantir a continuidade de projectos em curso, como a programação e robótica. "É um projecto que já abraçamos há quatro anos no 1º ciclo e vai servir para o 5º ano, com uma componente curricular que será enriquecida com conhecimentos de matemática, permitindo até uma melhor compreensão dos conteúdos", explicou.
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