Rui Borges e o jogo com o FC Porto: "Os desafios têm sido sempre constantes"

images/mnwallimages/900x600/images/fotoarquivo/2018/desporto/Vitoria2024_2025/Equipa_Tecnica/Rui_Borges23.jpg

O treinador do Vitória, Rui Borges, esteve na sala de imprensa da Academia para promover a antevisão da encontro com o FC Porto. A partida da 6.ª jornada da Liga terá lugar este sábado, pelas 18h00, no Estádio D. Afonso Henriques.

A vitória moralizadora frente ao Sp. Braga antecedeu o jogo com o FC Porto, em que está em discussão o 2.º lugar...: "A luta é pelos três pontos. Estou preocupado com o jogo porque é o próximo. É um jogo contra uma grande equipa, muito competitiva, muito intensa, que tem feito um bom início de campeonato, à imagem dos últimos anos. É uma equipa muito competitiva, que gosta de entrar forte, a mostrar que é grande. Somos uma equipa moralizada, que tem feito um início de época muito bom. Vamos ser nós próprios, não vamos fugir ao que temos feito, O jogo passado está no passado, ganhamos, foi top, mas temos de nos focar no nosso caminho. Será um jogo difícil, contra uma grande equipa, que tem um treinador novo, jovem, com muitas dinâmicas e muito dinâmico no sentido do rigor e compromisso. Espera-nos um jogo difícil, como foram todos desde que começamos frente ao Floriana, para mim não era uma equipa fácil".

O Vitória tem mostrado equilíbrio defensivo, de que forma o ataque do FC Porto vai ser um renovado desafio para a sua equipa?: "Os desafios têm sido sempre constantes. Nós, portugueses, arranjamos sempre forma de não valorizar quem faz bem as coisas. Vou ouvindo a dizer que nos têm posto sempre à prova. Dizem que ganhamos ao Floriana porque era nossa obrigação, que o Zurique não era uma grande equipa. Depois, contra o Famalicão, disseram que aí é que íamos ser postos à prova e ganhamos. Fomos para Braga e disseram que nesse jogo é que iam ver se estávamos mesmo a postos e fomos ganhar a Braga. Como sociedade custa-nos valorizar o que os outros fazem. Estou sempre à prova desde que nasci. É mais um jogo difícil. Acredito que o FC Porto pode fazer algumas alterações no onze, que pode levar a coisas diferentes no ataque, o Namaso dá umas coisas, os outros dão outras. É uma equipa agressiva em termos ofensivos, com as segundas linhas a rasgar a profundidade. Estamos minimamente preparados. Têm muita qualidade individual e qualquer segundo de relaxamento pode sair-nos caro. Não vamos fugir ao que temos sido contra todas as equipas. Fomos iguais como Sp. Braga como fomos com o Floriana, com a mesma ideia de jogo, o mesmo foco, rigor e compromisso. Não mudamos nada, ajustamos a ideia. Vamos ter um grande ambiente porque a vitória no último jogo foi especial para os adeptos. Acredito que vão continuar a aparecer em força, vão fazer um grande ambiente que nos vai ajudar".

Está a contar com Samu no ataque do FC Porto?: "O Namaso dá uma coisas, o Samu dá outras. Como treinadores temos de estar preparados para qualquer situação. Os jogadores também sabem o que podem encontrar. Se estivermos como temos estado, com rigor e concentração, porque nestes jogos a concentração é fundamental, faremos um bom jogo. Um segundo de desconcentração pode levar a uma qualidade individual a resolver o jogo. A equipa está confiante, os jogadores estão focados. Os jogadores querem continuar com a ambição e o hábito de vitória, que é importante. Acima de tudo, vai ser um grande jogo".

Vai poder contar com o Mikel?: "O Mikel está em duvida, será uma questão até à hora do jogo. Está em dúvida, tem treinado, vamos ver o que vai acontecer".

O presidente do Vitória disse recentemente que o Rui Borges fala como coração. Precisa de falar dessa forma para tirar o máximo rendimento dos jogadores para este jogo com um alto grau de dificuldade?: "Falo com o coração porque sou honesto. Quando falo com vocês ou a estrutura sou igual, não mudo, essa é uma característica minha, não ando aqui a fazer que faço, não crio formas de comunicar diferentes porque me convém. Sou eu próprio, vou ser sempre assim, nos momentos bons e menos bons. Quando as coisas não correrem bem vou ser igual, honesto, não escondo nada, a falar com o coração. O futebol está tão abrangente que não se esconde nada, sabe-se tudo. Eu ajudo os jogadores, mostro-lhes o meu caminho, tento compreendê-los porque são eles que fazem de mim treinador. Ajudo-os mostro o caminho, se acreditarem no meu discurso e no da minha equipa técnica, que tem muita competência, somos mais fortes. Se acreditarem no nosso discurso, na nossa comunicação, fazem de mim treinador. Temos de perceber o que cada um dá ao coletivo. Gosto muito de ouvir os jogadores, de partilhar. Todos os jogos peço aos jogadores para errarem muito, porque só erra quem não se esconde do jogo. Quero que reajam ao erro para cada vez mais falharem menos".

Rui Borges atinge a marca de 40 jogos na Liga, o primeiro foi contra o FC Porto. Como tem lidado com este início impactante no Vitória?: "Nem sabia dessa marca. Estou feliz pelo meu trajeto. Fiquei surpreendido por desencantarem a minha mãe para falar. O meu maior desafio como treinador é que os meus sintam-se orgulhosos e eles sentem-se. Estou feliz com o meu trajeto e ciente de onde quero chegar. Vão surgir tropeções, vou cair, vou levantar-me, mas vou continuar a ser o mesmo, o rapaz que começou em Mirandela e que representa um grande clube como o Vitória. Um treinador luta para chegar a estes patamares, com pressão, se assim não fosse estava em Mirandela, junto dos meus, ia ganhando de vez em quando. Tracei um caminho e luto por ele, felizmente tenho conseguido alcançar alguns objetivos. Quando não correr bem irei trabalhar da mesma forma, como o mesmo foco".

O treinador do Sp. Braga disse que uma derrota com o rival pesa o dobro. A vitória do Vitória valeu o dobro?: "Vale o dobro por aquilo que sei que representa para todos os adeptos do Vitória. Para mim, vale três pontos, muito honestamente, vale três pontos. Sinto de forma diferente porque sei o que representa para os adeptos. Valorizo tanto a vitória com o Sp. Braga como com o último classificado, e se fosse a derrota era da mesma forma. São jogos, temos de ser competitivos, mas depois do lado de fora temos de ser humanos, há uma comunidade, temos de nos dar de alguma forma, de nos respeitarmos. Sei estar tranquilo e equilibrado, saber que foi um jogo, que valeu três pontos, contra um adversário que joga competições europeias, como a Champions. Valorizo a vitória como as vitórias com Estoril e Famalicão, por exemplo".


Marcações: Vitória Sport Clube, Rui Borges

Imprimir Email