"Surpreendido" com saída de Moreno Teixeira, João Aroso não abriu o jogo sobre futuro no Vitória
Como define este momento atribulado do Vitória? E como este momento pode influenciar o jogo com o Gil Vicente?: "As primeiras palavras são dirigidas ao Moreno, agora de forma pública. Mandar-lhe um abraço publicamente e agradecer-lhe o convite que me fez há mais de um ano, de forma insistente, para o ajudar nesta tarefa. Não é um momento fácil, mas estamos e tentamos lidar com ele da melhor forma possível. Há várias incidências, a eliminação da Liga Conferência, a saída do Moreno, isso provoca um abalo, impõe recuperação, sobretudo no aspecto mental. Apesar de termos conseguido vencer na Amadora, ficou a sensação de que tínhamos perdido. Como acontece depois de uma derrota, as coisas vão evoluindo do ponto de vista anímico e sentimos que o grupo está unido e com vontade de fazer tudo para vencer o jogo."
Como foi diferente esta semana de trabalho do ponto de vista pessoal?: "É difícil responder, mas posso dizer o seguinte, tínhamos uma forma de trabalhar em que tudo era muito partilhado pela equipa técnica, a preparação do treino, do jogo, da avaliação. A diferença é que não estava cá o Moreno. Coube-me esse papel de liderança, mas como disse aos jogadores a liderança ia ser de todos. O processo foi muito semelhante o habitual."
Entende que pode haver alterações no sistema?: "No fim do jogo vou analisar todas as questões, por razões que compreendem agora não vou falar."
O que espera do jogo com o Gil Vicente?: "É uma equipa boa, com dinâmicas muito semelhantes ao Chaves de Vítor Campelos da época passada. Tem jogadores que têm impacto importante no jogo, mas mais do que qualquer individualidade é importante a dinâmica colectiva. Teve uma vitória expressiva, que lhes dá confiança. Temos de fazer o que procuramos para todos os jogos, perceber onde estão os espaços a explorar quando tivermos a bola e de que forma podemos bloquear o Gil Vicente quando não temos a bola."
Será a sua estreia como treinador principal num jogo da Liga. O que que representa?: "Face às circunstâncias surgiu tanta coisa para preparar, para pensar, que não pensei muito sobre isso. De certa forma, o papel que fui tendo durante este ano, particularmente na liderança da equipa durante o tempo de jogo no campo, não provoca em mim tanta mudança assim. Não penso muito em mim, nem no que representa para mim."
Se for convidado para continuar na condição em que estava ou como treinador principal, pensa aceitar?: "Responderei a essa questão quando o jogo acabar."
Foi surpreendido com a decisão do Moreno? Percebe a decisão tomada?: "Respeito, não tenho de perceber ou deixar de perceber. Percebemos como era duro para ele nos momentos diferentes. Honestamente, fiquei surpreendido, só tive conhecimento depois do jogo acabar, fiquei surpreendido. Quero recordar palavras fortes do Moreno no momento em que ele comunicou a saída. E passo a citar. “O Vitória é um clube especial, mas quando se conseguem juntar as duas coisas, a força de uma bancada com vitórias”. Esta mensagem é para os nossos adeptos. Precisamos muito do apoio deles no jogo todo. Vamos apelar para que percebam que nesta fase não será sempre possível jogar o jogo que eles mostraram, depois avaliem no final e manifestem-se. Durante o jogo dêem-nos o apoio que nos sabem dar. Manuel Sérgio costuma dizer algo como não há um jogador, mas sim um homem que joga, não há um treinador, mas um homem que treina. São homens deste lado, quem está do lado de lá que tenha essa percepção porque por vezes não é possível fazer tudo o que gostaríamos."
Marcações: Vitória Sport Clube, João Aroso