Ricardo Martins aborda saída do Berço: "Sensação de dever cumprido porque foi uma época ousada"
Havia esta necessidade imperiosa de interromper a ligação com o Berço?: “Sim. O projeto do Berço foi abraçado com máximo rigor e máxima disciplina, exigiu muito de mim durante estes anos. Fui pondo um bocadinho de lado a parte familiar e achei que estavam reunida as condições para sair e para passar mais um bocado de tempo com a família. Saio numa altura em que atingimos os objetivos mais uma vez”.
É um lugar comum fazer-se esta pergunta, sai com a sensação de dever comprido?: “Saio com a sensação de dever comprido, principalmente porque foi uma época ousada, em que nós, equipa técnica e Direção, constituímos um plantel com jovens valores numa divisão extremamente difícil. Fizeram o nosso funeral ainda antes de começar e a verdade é que demos a resposta. Além de atingir os objetivos, atingimos outros objetivos que foi potenciar jogadores que certamente têm mercado noutros campeonatos fruto do seu trabalho e do que deram no Berço”.
Que principais dificuldades o Berço teve de ultrapassar para acabar por ter este sucesso desportivo?: “A principal foi termos jogadores que a maioria, ou grande parte deles, nunca jogaram futebol sénior. É preciso maturidade nesta divisão, então houve certos momentos em que tivemos de trabalhar isso, tivemos que trabalhar o aspeto psicológico, mas, como sempre, das dificuldades fazemos forças e a verdade é que atingimos os objetivos com plena confiança que a época foi difícil mas correu bem”.
Depois desta longa passagem pelo Berço, encara outros desafios na carreira de treinador?: “Sim, eu saio com o dever comprido, consciência tranquila, porque os objetivos que nos propusemos, eu e a minha equipa técnica, foram cumpridos. A verdade é que neste momento o Berço cresce na formação, tem jovens valores na formação, os juniores a lutar pela subida à Divisão de Honra. Isto tudo deu muito trabalho e agora é descansar. Mas, claro, se o telefone tocar nunca se vai recusar. Estava mentir se disse que não ia ouvir, isso é mentira claro, a gente quer sempre descansar, mas se o telefone tocar vamos ouvir e se for alguma coisa interessante...”.
Marcações: Berço, Ricardo Martins