Vitória alertou PSP para possibilidade de desacatos por parte dos adeptos do Hajduk Split e chegou a pedir que fossem impedidos de entrar no estádio

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O Vitória partilhou com a PSP as informações de que dispunha sobre os adeptos do Hajduk Split, que causaram distúrbios em Guimarães na passada terça-feira, véspera do jogo da 2.ª mão da 3.ª pré-eliminatória da Liga Conferência Europa.

De acordo com as informações recolhidas pelo Grupo Santiago, nos dias que antecederam a partida -UEFA entendeu designar um Security Officer, o que foi entendido, desde logo, como um sinal claro que o jogo era de risco elevado, não só pela conduta violenta de uma fação de adeptos do Hajduk Split, mas também pela conhecida ligação ao grupo No Name Boys, afecto ao Benfica.

A 5 de Agosto, o Vitória promoveu uma reunião para a organização do jogo, em que todos os detalhes do conhecimento do clube foram partilhados e entregues à PSP. Na altura, a expectativa apontava para a presença em Guimarães vinda de 750 a 1000 adeptos croatas. A partir do dia 8, após anunciar a venda de bilhetes, o Vitória levou a cabo comunicações bi-diárias com a PSP, relativamente à quantidade de bilhetes que iam sendo vendidos.

Cumprindo o estipulado, na tarde de 9 de Agosto, véspera do jogo, teve lugar uma reunião de segurança, estando representantes do Vitória, da UEFA, da PSP, assim como elementos da segurança do Hajduk Split. Estes últimos alertaram, desde logo, para a possibilidade da presença dos seus adeptos naquela noite, em Guimarães.

Foi nesse mesmo encontro que o Vitória informou que decidiu alocar os adeptos do Hajduk Split numa só bancada (Norte Inferior ou Norte Superior), para que a PSP não tivesse de dividir as suas forças de segurança por duas bancadas. Segundo as indicações apuradas, o Vitória também informou que, caso os adeptos do Hajduk Split fossem alocados na bancada Norte Superior, não poderiam utilizar material de claque, atendendo às regras em vigor em Portugal, informação essa que causou surpresa no Security Officer, nos responsáveis do Hajduk Split, e no Delegado da UEFA presentes na referida reunião. Por isso, os adeptos croatas acabaram por ser colocados na bancada Norte Inferior, e desta forma, o Vitória evitou os problemas adjacentes à colocação desta claque na Bancada Norte Superior, não só pela distância do contingente de ação rápida da PSP, mas também pelos problemas que iriam ser criados com a proibição de entrada de material afeto à claque.

De acordo com as informações recolhidas, o Vitória, na tarde da véspera do jogo, também deu conta de que haveria uma forte possibilidade de adeptos do Hajduk Split marcarem presença em Guimarães, nessa mesma noite, não tendo essa informação sido passada à PSP apenas pelos responsáveis croatas, mas também pelos do clube.

Na polémica noite, em que os croatas protagonizaram os incidentes no centro histórico, quando surgiram as informações de que o grupo de adeptos do Hajduk Split se encontrava na cidade a criar desacatos, o Vitória contactou a PSP e recebeu a resposta de que os adeptos “estavam a ser monitorizados”. Nessa mesma noite, segundo fonte contactada pelo Grupo Santiago, o Vitória facultou os vídeos que circulavam aos Delegados da UEFA, dando conta da presença de adeptos do Hajduk Split a criar distúrbios na cidade de Guimarães, com o clube a manter um contacto constante com a Câmara Municipal de Guimarães. Por isso, na reunião da manhã de 10 de Agosto, dia do jogo, o Vitória solicitou a retenção dos adeptos identificados e a sua não vinda à partida agendada para as 17 horas, situação que não se viria a verificar.


Marcações: Vitória Sport Clube, Hajduk Split

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