Rui Vitória, Luís Esteves, Douglas e Leonel Olímpio recordaram "com emoção" conquista da Taça de Portugal numa Tertúlia do Centenário
Rui Vitória assumiu que levar o Vitória à conquista da Taça de Portugal “foi um momento muito importante na minha carreira e na vida do clube. É um orgulho para mim estar ligado à história do Vitória. É um orgulho saber que estou no coração dos vitorianos. Espero que venham mais troféus, mas este foi realmente o primeiro”. “Este título teve um significado que passa qualquer coisa que possa ter imaginado. Tenho na minha memória todas as imagens deste jogo, por mais vitórias que tenha tido aquele jogo não me sai da memória. Foi uma grande vitória, com forças desiguais, a viver um cenário de salários em atraso. Vou perdendo a minha memória, mas esta recordação não sai”, vincou.
Por seu turno, o antigo treinador de guarda-redes do Vitória, o vimaranense Luís Esteves, notou que “aquele dia, aquela preparação foi algo de especial. Era um vimaranense, um vitoriano a preparar aquele jogo. Naquele dia estava a viver as emoções com a minha família dentro do balneário, mas a pensar na minha família que estava na bancada”. “A nossa família dos guarda-redes era especial. Treinar o Douglas fica na memória. Tentamos colocar o nosso cunho, mas o mérito nas eliminatórias com o Vitória de Setúbal e Marítimo, que vencemos nos penáltis, foi dele”, contou.
Sem esconder a emoção, à semelhança do que aconteceu no Jamor, Leonel Olímpio recordou que na época 2012/2013 “vivemos um ano muito difícil, passamos por muitas coisas. Um ano de muito sacrifício no balneário, que passamos como um grupo. A vitória foi de todos, tenho de recordar o papel que o Alex, um dos capitães, também teve dentro do balneário. Fomos acreditando ao longo da época que podíamos conseguir algo. Merecíamos aquela conquista”. “Vai ficar marcado para sempre. Foram muitas dificuldades, tivemos de lidar com a desconfiança, as dificuldades financeiras. Aquelas lágrimas no final foram de desabafo, de dever cumprido. Espero que o Vitória nunca mais passe por um momento de dificuldades daquele. A cidade deu-nos confiança e acreditou naquele ano que foi muito difícil. Se fosse outra época, se calhar o mister não tinha terminado a época, assim como alguns jogadores. Mas, fomos abençoados com a conquista. O Vitória já teve planteis mais ‘badalados’, mas fomos nós que marcamos a história do Vitória”.
Douglas também contou muitas histórias. O antigo guarda-redes lembrou que depois do primeiro golo do Benfica “comecei a pensar nos penáltis. Nem deu tempo, marcamos logo o segundo golo. Depois do segundo golo, de cada vez que a bola vinha para a nossa área estava tranquila, mas de cada vez que ia para longe eu começava a sentir cãibras. Foram 12 minutos assim… calhou bem. A viagem para Guimarães foi tranquila, custou menos que os 12 minutos. Aturar o Crivellaro é que não foi fácil… era muita água. Ele fez o passe para o golo, era o mais chato de todos. Os 12 minutos até ao final do jogo demoraram mais do que a viagem até Guimarães. Nunca vi tanta gente dentro daquele autocarro, ainda hoje não sei como estava tanta gente lá dentro”. “No primeiro dia da época, colocamos o André André nu num elevador. No dia do primeiro jogo da época, quando o levamos ao quarto ele apanhou. E como correu bem, ganhamos esse primeiro jogo, o André André levou porrada antes de todos os outros jogos. Como o mister Rui Vitória gostava das superstições, ele apanhava sempre. É por isso que os mais novos depois sofreram sempre nas mãos do André André...”, finalizou.
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