Vitória quer indemnização de quase 3 milhões de Pimenta

A actual direcção do Vitória reclama uma indemnização de 2 milhões e 309 mil euros ao antigo presidente do clube, Pimenta Machado, no processo em que este e sua mulher são acusados de quatro crimes de peculato e de um de falsificação de documento pelo Ministério Público. A notícia está no jornal Público desta terça-feira.
No pedido cível da Direcção de Vitor Magalhães, é ainda reivindicado a Pimenta Machado e à sua mulher o pagamento solidário de mais meio milhão de euros, deixando ao arbítrio do tribunal o cálculo pelos danos morais causados ao bom nome e à imagem do clube pelo antigo Presidente do Vitória que, durante 24 anos, liderou os seus destinos.
Ainda segundo O Público, o pedido de indemnização cível já deu entrada no Tribunal Central de Instrução Criminal, cuja juíza titular, Maria de Fátima Mata-Mouros, aceitou a pretensão do Vitória de se constituir assistente.
Recorde-se que na sequência das investigações feitas à gestão de Pimenta Machado, tanto o fisco como a Seguraça Social detectaram irregularidades que em Novembro do ano passado motivariam a penhora das instalações do Complexo Desportivo do Vitória. Em causa estava uma dívida de 743 mil 380 euros ao fisco e à segurança social que pode condenar ainda o clube ao pagamento de coimas que, se forem fixadas no valor máximo, podem ascender a 1 milhão 151 mil euros.
Face a estas irregularidades, Pimenta Machado chegou a estar preso e a prestar caução de um milhão de euros, verba entretanto reduzida para metade, mas depois de ter sido congelada uma quantia equivalente numa conta bancária codificada aberta por Pimenta na Suíça.
De acordo com a mesma notícia do Público, as investigações também concluiram por dúvidas na contratação de alguns jogadores. É o caso da transferência do guarda-redes Nuno para o Corunha, as de Pedro Barbosa e Pedro Martins para o Sporting e a de Fernando Meira para o Benfica. São ainda referidas as aquisições dos futebolistas brasileiros Preto, Evandro e Riva. A mais polémica foi a transferência de Fernando Meira, caso em que os investigadores apuraram que o negócio não terá sido intermediado por qualquer agente da FIFA. No entanto, estão apreendidos à ordem dos autos documentos indiciando o pagamento de
90 mil contos em comissões, através de dez cheques de nove mil contos cada, com numeração sequencial, e vencimento entre 20 de Agosto e 30 de Dezembro de 2000. O sacacor era a Sportmedia, empresa registada num paraíso fiscal do Pacífico Sul, nas ilhas de Niue, cujo representante seria Pimenta Machado, e os dez cheques foram
depositados numa conta aberta na Suíça, numa instituição financeira onde o ex-presidente alega ter contraído um empréstimo rondando o meio milhão de dólares para financiar aquisições de três jogadores (Preto, Evandro e Riva).
De acordo com as conclusões do Ministério Público, nas alegadas irregularidades destas transferências efectuadas por Pimenta Machado, o Vitória terá sido prejudicado em 824 mil euros verbas que os investigadores consideram ter dado entrada em contas bancárias tituladas por Pimenta Machado e pela mulher tanto em Portugal como na
Suiça.

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