Eleições Vitória: Programa eleitoral de Alex Costa projeta "injeção imediata de 5 milhões de euros" para lidar com "situação de emergência"
O programa eleitoral tem cinco pontos: Desporto, Governação e Finanças, Marketing e Estratégia, Infraestruturas e Desenvolvimento Social e Comunicação e Sustentabilidade.
No projecto desportivo, um dos focos da candidatura incide no futebol profissional. Alex Costa apresentou um programa “exequível e realista, que faça justiça aos pergaminhos” do Vitória. “Pretendemos garantir esses objetivos através da aposta na formação e o atleta nacional, com mercados bem definidos, e onde o Vitória tem retirado fortes rendimentos. Tudo alicerçado num plano financeiro rigoroso e realista”.
Ao sublinhar uma “situação de emergência” nas contas do clube “pela paupérrima situação em que se encontra a SAD”, a Lista B falou de uma situação “de emergência pelos riscos de insolvência que a SAD detém”. Por isso, considera que “urge tomar medidas afirmativas de reforço da capacidade financeira do Clube e da SAD” para garantir “a sustentabilidade das modalidades, formação e do futebol profissional”.
O plano da candidatura de Alex Costa para equilibrar as contas do Vitória passa por uma “ativação imediata de medidas para angariação de liquidez”, com a “injeção imediata de 5 milhões de euros”. Verba para ajudar à “regularização de dívidas a credores e colaboradores” e credibilizar e cumprir os planos de pagamento e os prazos acordados”.
Para os primeiros 60 dias após a eleição, a candidatura de Alex Costa traça um “plano de contingência e contenção de despesas”, tendo por base a fixação de um “teto máximo de despesa e investimento de todo o universo vitoriano, condicionado às receitas correntes e de vendas de jogadores efetivamente realizadas”.
Ainda no capítulo financeiro, a Lista B tem como objetivo avançar com uma operação de aumento de capital da SAD no valor de 15 milhões de euros, sendo que dessa verba o Vitória deve aportar 12,5 milhões, cinco milhões serão para a aquisição das ações na posse da MAF.
A candidatura de Alex Costa apresentou também a possibilidade de projetar um empréstimo obrigacionista ou similar na SAD, de 20 milhões de euros, para financiar a renovação, modernização e criação de património para “projetar o Vitória no futuro” com a reformulação do Estádio, novas valências desportivas, novo centro de estágio e infraestruturas de suporte ao associado.
No seu programa eleitoral, o antigo capitão do Vitória defende uma proposta de governação para clube e SAD com um modelo que integre um Conselho Estratégico “para as grandes opções da SAD”, ligado “à rede empresarial e de potencial económico local” que possa “acolher parceiros internacionais”, como “investidores, financiadores e credores”.
No capítulo das infraestruturas, a Lista B tem como meta “projetar a nova Academia”, assim como iniciar “o processo de modernização do Estádio D. Afonso Henriques”, além da construção de um novo pavilhão de treinos”.
Na intervenção perante os associados que marcaram presença no São Mamede – Centro de Artes e Espetáculos, Alex Costa começou por afirmar a competência da sua lista. “A mudança é connosco que vai acontecer”, disse, notando que “a sustentabilidade está em causa, a nossa identidade está em causa. Isso uniu esta equipa em prol de um grande amor, que é o Vitória”.
A promessa da Lista B passa por “devolver o nosso estatuto europeu, reforçar o ecletismo nas modalidades e promover um modelo de governação que promova a sustentabilidade financeira. O nosso programa é um documento sério. Peço aos vitorianos que olhem com olhos de ver para este programa, nunca foi apresentado um documento tão completo”, acrescentou.
Na vertente desportiva, Alex Costa sublinhou ser necessário “ter plantéis mais curtos”, assim como definir “regras nas políticas de investimento”, tendo sempre por base “a aposta na formação”. “Connosco, a aposta na formação será mesmo para concretizar”, disse.
O candidato da Lista B revelou também que os sub-23 “vão deixar de existir enquanto equipa”, mas o clube “não vao deixar de existir nesse patamar competitivo. A nossa equipa sub-19 pode disputar esse campeonato. Do nosso ponto de vista é insuportável ter mais de 100 jogadores”.
Numa cerimónia em que os candidatos a vice-presidentes também discursaram, destacou-se a intervenção de Eduardo Leite. Responsável pela área financeira do programa, destacou que o momento do clube “é de grande exigência, de uma grande complexidade e que não se resolve com dinheiro ou de fora para dentro. O problema financeiro do Vitória é de gestão, de um ADN ultrapassado daquilo que deve ser o registo da gestão do Vitoria. As propostas são nossas, somos os primeiros signatários, não contamos com anjos salvadores. É um momento de verdade e de coragem. É um projeto difícil e sei que se a bola não entrar é mais difícil reestruturar o clube. Temos de apostar todas as nossas fichas no primeiro ano e o aumento de capital social é o caminho, porque temos informações que a 31 Dezembro a SAD tinha um capital social negativo de 14 milhões de euros”.
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