Miguel Pinto Lisboa fala em "boas memórias" da Taça da Liga e faz duras críticas ao Governo
Miguel Pinto Lisboa falou, esta quinta-feira, aos jornalistas sobre o sorteio da fase de grupos da Taça da Liga e abordou alguns temas que estiveram em cima da mesa da cimeira de presidentes. O presidente do Vitória começou por afirmar que o sorteio "traz boas memórias" ao clube."O grupo é o mesmo quando atingimos a última presença na Final Four. Esperamos atingir o mesmo objectivo e estar presente em Leiria", disse o responsável, sobre o sorteio que ditou como adversários o Sp. Covilhã e o Benfica.
Em relação à cimeira de presidentes que decorreu antes do sorteio, Miguel Pinto Lisboa destacou a "união" de todos os presidentes em torno da centralização dos direitos desportivos. "É um processo que deve ser liderado pela Liga em ligação com os clubes. Não podemos deixar isso cair fora do âmbito do que é o futebol. Somos nós, os presidentes, que sabemos os problemas da nossa indústria e sentimos uma impreparação do Governo em liderar connosco. Estamos todos juntos e preparados para liderar o projecto, antecipando, se possível, já para a próxima época desportiva. No entanto, o que interessa é que seja um processo bem conduzido e que gere mais receitas. Hoje, estamos numa situação mais difícil, devido à pandemia, e a bazuca europeia não chega ao desporto, muito menos ao desporto profissional", disse o presidente vitoriano, deixando ainda duras críticas ao poder político central em relação à introdução do cartão do adepto na corrente época desportiva.
"Isto nota-se noutro tema que trouxe a esta cimeira, que está relacionada com um ofício que a Liga recebeu do Secretário da Administração Interna e do Secretário do Desporto, onde diz que existe uma dispersão de adeptos pelo estádio que resulta da pandemia e da escassez do cartão do adepto, acrescentando que a solução é mais policiamento nos estádios. Isto é de quem não conhece o fenómeno do futebol, de quem não está preparado para lidar com o fenómeno do futebol e de quem não tem em consideração um elemento fundamental para o futebol que são os adeptos. Estamos contra o cartão do adepto. Entendemos que é uma medida que não aproveita o futebol", sublinhou Miguel Pinto Lisboa.
O responsável acrescentou ainda que o cartão do adepto "tem um objectivo para o qual foi mal desenhado e traz malefícios aos futebol". "Não é concebível que um cartão do adepto proíba a entrada a menores de 16 anos. O futebol é um espetáculo para as famílias. Um adepto de futebol não pode ser discriminado de forma diferente a qualquer outro espetáculo", disse.
As críticas de Miguel Pinto Lisboa estenderam-se à Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência (APCDV), afirmando que "tem de acabar com o projecto piloto que tem implementado na região do Minho". "O adepto não pode ser cobaia, muito menos quando é discriminado às Comarcas de Guimarães e de Braga. Por isso, temos mais processos do que outros clubes. Temos de acabar com a generalização de interdições dos estádios, que prejudicam os clubes e o fenómeno. A interdição prejudica o espetáculo e não valoriza um espetáculo que queremos vender", concluiu.
Marcações: Vitória Sport Clube, Taça da Liga, cartão do adepto, APCDV