Pinto Brasil avançou com pedido de "todas as informações à direcção do clube e administração da Vitória SAD sobre a actual situação financeira e desportiva"

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O antigo candidato à presidência do Vitória, Manuel Pinto Brasil, avançou com um pedido de “todas as informações à direcção do clube e administração da VSC-SAD sobre a actual situação financeira e desportiva de ambas as entidades”.

Num comunicado enviado à redação do Grupo Santiago, recebido na manhã desta terça-feira, o empresário vimaranense mostra-se preocupado com a situação financeira do Vitória. Para Manuel Pinto Brasil “a notícia da antecipação de €20 milhões de euros de receitas televisivas das futuras três épocas desportivas, deixa a descoberto a gestão absolutamente desnorteada da actual administração”. “Eleita há pouco mais de uma época e meia, e tendo herdado um clube económica e desportivamente estável, esta direcção conseguiu o inimaginável: comprometer a sustentabilidade e a sobrevivência do carismático e centenário clube que transportamos no coração”, pode ler-se no comunicado.

O antigo candidato à presidência do Vitória sustenta que “sem prejuízo de outras considerações igualmente pertinentes, legítimas dúvidas se colocam quanto à legalidade e à moralidade desta antecipação de receitas”. “Sim, ilegal porque nenhuma autorização foi solicitada aos sócios e/ou acionistas para a contratação de um garrote de tamanha magnitude financeira e temporal que vai para além do período de mandato da actual direcção do clube e da administração da SAD. E imoral porque, com eleições estatutariamente fixadas para o próximo ano, deixa sem receitas televisivas a futura direcção e administração do Vitória”, defende Manuel Pinto Brasil.
No mesmo comunicado, o associado nº 10.869 e accionista da SAD do Vitória, argumenta que “tal como milhares de outros Vitorianos, me recuso a assentir que “o rei não vai nu” porque a verdade está bem à vista dos sócios e de todos os que vivem o fenómeno futebolístico a nível nacional: o Vitória caminha para o abismo!”. Sustenta que “a actual direcção recebeu um clube nas competições europeias, com milhões de euros disponíveis e diversos jogadores valiosos que igualmente renderam milhões – veja-se o caso de Edmond Tapsoba que já trouxe €20 milhões aos cofres da SAD, o do Pêpê, vendido por €4.5 milhões ou o da receita da Liga Europa, de valor superior a €6 milhões de euros”. Segundo as contas que faz, “foram mais de €40 milhões que já sumiram, sem contar com as receitas correntes de TV, marketing, bilheteira, etc”.
Questiona ainda Manuel Pinto Brasil “como é possível, o Vitória chegar à vergonha de ter um pedido de insolvência?!”, lançando “o desafio à actual administração para que esclareça o que, de facto, a empresa D20 do ex-futebolista Deco está a reclamar”.

Para o antigo candidato à presidência do Vitória, os “erros que se comentem sucedem-se e a falta de respeito pelos sócios e accionistas acentua-se a cada dia que passa”. “À desculpa de que tudo se deve à COVID – como que se a doença só existisse em Guimarães – e à opaca transmissão de acções de Mário Ferreira por valores e critérios nunca escrutinados, junta-se o preocupante inflacionamento dos orçamentos anuais - massas salariais de jogadores, dirigentes, etc – que nos trouxeram a esta situação inédita de excesso de gastos e nenhuns resultados desportivos em qualquer das equipas de futebol”. Diz também que “não fora a famigerada pandemia e no estádio D. Afonso Henriques assistiríamos a jogos num ambiente absolutamente irrespirável de contestação generalizada”.

Manuel Pinto Brasil assinala ainda que “a prometida “ambição e mudança de paradigma” com que esta nova direcção iniciou funções em Julho de 2019, levou à contratação 70(?!) novos jogadores (“jovens potros”, como diz o director-geral, entretanto desaparecido ao som dos violinos do Titanic...) e à dispensa desbaratada de bons jogadores, como é o exemplo gritante da dispensa de Al Musrati, aproveitada pelo SC de Braga”.
Finaliza o comunicado a referir que “fui candidato a presidente do Vitória por duas vezes: em 2010 e em 2012. Nunca o fiz para me servir do clube mas por um forte sentido de missão e de amor à terra aonde vivo e ao clube que a representa. Comigo o Vitória poderá continuar a contar, como sempre”.


Marcações: Vitória Sport Clube, Vitória Sport Clube, Futebol SAD, Manuel Pinto Brasil

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