Vitória acusa Pedro Proença: “Presidente da Liga Portugal desrespeita o princípio da separação de poderes”

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A Direcção do Vitória emitiu um comunicado, este domingo, em que critica as declarações de Pedro Proença na sequência de uma decisão do Tribunal da Relação de Guimarães sobre um caso que envolve um adepto do clube.

A posição do presidente da Liga é criticada porque “desrespeita, com este tipo de intervenções, o princípio da separação de poderes”, uma vez que “em momento algum da referida notícia é levantada qualquer suspeita sobre eventuais comportamentos discriminatórios por parte do adepto do Vitória”.

“O Vitória Sport Clube tomou conhecimento, através do Jornal de Notícias deste sábado, de uma decisão judicial que anulou a multa de 750 euros aplicada pela Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto (APCVD) a um adepto que colocou e fechou o capuz do seu casaco durante um jogo realizado no Estádio D. Afonso Henriques. Em momento algum da referida notícia é levantada qualquer suspeita sobre eventuais comportamentos discriminatórios por parte do adepto do Vitória, estando somente em apreciação um gesto que a APCVD julgou como de ocultação de identidade e que o Tribunal não validou, anulando a multa aplicada.

Foi com estranheza, portanto, que o Vitória recebeu a reação de Pedro Proença, que prontamente catalogou a decisão de incompreensível e lamentável, sendo enérgico ao ponto de clamar pelo “combate a todas as formas de violência, racismo e intolerância”, rapidamente despertando associações que nada têm que ver com o processo em causa.

Não havendo da parte de Pedro Proença uma clarificação das suas declarações, cabe ao Vitória Sport Clube concluir que o Presidente da Liga Portugal desrespeita, com este tipo de intervenções, o princípio da separação de poderes, servindo—se do julgamento de um ato que em si mesmo é absolutamente inócuo e comum a todos os estádios e pavilhões e a todos os desportos - quantos autos terá instaurado a APCVD? - para reacender a discussão do Caso Marega com referências que não podem deixar de ser entendidas como uma pressão para extrair punições.

Sendo também sintomático que tal intervenção ocorra a dias de um Vitória SC x FC Porto, aquilo que a Direção retira deste posicionamento e que tem o dever de registar é o inegável contributo que ela produz para a legitimação de preconceitos e generalizações, que são o combustível de intervenções desproporcionadas como aquela a que recentemente assistimos por parte das forças policiais sobre adeptos do Vitória e que o Clube denunciou e documentou como um excesso e uma arbitrariedade, então perante o silêncio, que agora deduzimos cúmplice, da Liga Portugal e do seu Presidente.

O Vitória Sport Clube esteve e estará na linha da frente para erradicar a violência do desporto, o que em momento algum pode ser confundido com purgas, estigmas ou punições seletivas.

É urgente que o Presidente da Liga Portugal esclareça o seu posicionamento, sob pena de parecer até ridícula a indignação pela absolvição de uma multa de 750 euros a um adepto quando sobre o futebol português pendem suspeitas que afetam a integridade das suas competições”.


Marcações: Vitória Sport Clube, Marega, Liga Portuguesa Futebol Profissional

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