Miguel Pinto Lisboa: "O Vitória ousou um grito de força e de independência"

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Miguel Pinto Lisboa dirigiu, esta quinta-feira, uma mensagem de Natal aos sócios e simpatizantes do Vitória. Na comunicação divulgada através do site oficial, o dirigente fala dos tempos atípicos que vivemos e recorda que, ainda assim, num contexto difícil, foi precisamente neste ano que o clube garantiu a maioria do capital social da SAD. 

"Nesta que é uma quadra tradicionalmente alegre e festiva, confrontamo-nos este ano com uma ampla reflexão sobre o impacto que tiveram, nas nossas vidas e na nossa sociedade, os inesperados acontecimentos dos últimos meses. Vivemos um tempo atípico, que nos confronta perante a frágil condição humana e nos coloca desafios que só podemos enfrentar enquanto prevalecer a nossa noção de comunidade. 

Ficou exposto à evidência que, face às maiores provações, estamos absolutamente indefesos perante a nossa individualidade e que só uma resposta coletiva pode permitir o combate e a superação das grandes batalhas. É assim na sociedade, é assim no nosso clube.

O Vitória e os seus sócios e adeptos podem orgulhar-se por terem compreendido e interpretado, desde o primeiro momento, o seu papel social. Foram várias as ocasiões em que promovemos, usando a força deste clube e da sua abrangência comunitária, ações concretas em prol do coletivo, fosse contribuindo para as mais absolutas urgências, fosse alertando e agindo para mitigar as desigualdades já existentes e que poderiam, num contexto como o atual, agravar ainda mais as disparidades sociais.

Sabemos que as dificuldades foram e são generalizadas. Não somos, neste contexto, imunes a elas. O Vitória viu-se perante uma realidade impensável e tem estado privado da força presencial dos seus adeptos. Futebol e desporto sem público são uma contradição absoluta, só entendível perante uma pandemia. Não a subestimando, tem de ser uma prioridade geral que em 2021 os estádios e os pavilhões voltem a ter vida, devolvendo ao desporto a sua razão de ser e aos clubes o alimento da sua subsistência.

Num contexto extraordinário e de generalizadas perdas de rendimento, o Vitória ousou um grito de força e de independência. Foi em 2020 que assumimos a maioria do capital da Vitória SAD, concretizando um anseio da massa associativa e garantindo ao Vitória total autonomia para a definição e para a construção do caminho que projetamos para a simbólica passagem do nosso centenário.

Perante as dificuldades, agimos! Mas tal como na sociedade, também na família vitoriana temos de ter muito claro que só uma ação e uma perseverança coletivas podem elevar-nos ao patamar que ambicionamos para o Vitória.

Não é um caminho linear. Não é um caminho sem sobressaltos. Não será sequer um caminho unânime ou livre de percalços.

Mas é um caminho que tem de ser percorrido e para o qual contamos com todos os vitorianos, sem qualquer pretensão quanto a consensos, mas com a firme convicção de que, na hora da batalha, todos diremos ‘presente’.

Se houve algo que o ano de 2020 deixou evidente é que a entreajuda comunitária supera desafios. É esse movimento coletivo que deve inspirar-nos enquanto vitorianos, na certeza de que unido este é e será um clube muito difícil de parar.

Desejo um Feliz Natal a todos os atletas, treinadores e colaboradores que, num cenário inusitado, não esmoreceram nos seus esforços em prol do Vitória. Acredito que é na base humana das centenas de pessoas que formam esta grande família que estão as raízes do nosso sucesso futuro.

Desejo, por último mas principalmente, um Feliz Natal a todos os sócios e adeptos do Vitória e que a esperança nos guie e nos alente para as imensas batalhas que teremos pela frente no novo ano."

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