Vitória faz negócio "de milhões" no Estádio D. Afonso Henriques para abater passivo

A construção de um ginásio na parte inferior da bancada nascente do Estádio D. Afonso Henriques vai gerar uma receita de milhões de euros para o Vitória, revelou esta sexta-feira Júlio Mendes.

O valor do contrato com a Solinca não foi revelado, mas, de acordo com o presidente do Vitória, a verba do acordo válido por 10 anos, extensível por outros 10, servirá para o clube amortizar significativamente o passivo.

"Aproveitei a oportunidade para sublinhar a importância que tem a nível financeira para o clube, porque, no fundo, o Vitória é o dono do espaço. A parceria significa que o Vitória vai arrecadar um valor interessante pelo arrendamento do espaço. Enquanto eu for presidente, esta renda vai ser encaminhada para amortizar o passivo que o clube tem e herdamos. Estamos a falar de vários milhões de euros, não é importante estar a entrar em detalhes. É uma verba interessante, que nos vai permitir não amortizar o passivo num instante, mas como temos um contrato alargado podemos afectar estas receitas ao pagamento do passivo", disse Júlio Mendes. "Continuamos a trabalhar no sentido de aliviar este fardo, que nos puxa muito para baixo em termos do que podemos fazer desportivamente no futebol e modalidades. É mais um passo que damos, temos outros preparados que irei apresentar em breve. Juntando aquilo que já conseguimos pagar e amortizar do passivo que herdamos, aquilo que ao longo desta época e ao longo da próxima iremos fazer, julgo que podemos perspectivar de uma forma optimista uma realidade melhor, mais fácil, de maior esperança para o crescimento do Vitória", acrescentou.

O Vitória caminha para ficar com um passivo significativamente reduzido, mas Júlio Mendes recusa estabelecer metas para abater totalmente os números da dívida. O presidente vitoriano explicou que “há um credor, o Estado, em que não existe vantagem nenhuma que a dívida seja amortizada. Temos um prazo longo para o fazer, mais 10 anos. É um esforço que não tem um taxa de juro associada, portanto não me parece que seja importante estar a fazer um esforço financeiro à cabeça porque isso tem um custo, a redução da capacidade de investir noutras questões”.

A perspectiva é que “no curto prazo” os compromissos com os outros credores fiquem liquidados. “Não quero estar a adiantar uma data, mas no final da época já teremos uma situação muito interessante. Não será o terminar do processo, mas estará relativamente próximo disso. Conseguido isso, estará alcançado o primeiro ciclo do nosso projecto. Assumimos o compromisso com os vitorianos de devolver a credibilidade e sustentabilidade económica-financeira ao clube. Constituímos uma SAD que permitiu que isso fosse acontecendo”.

Fechado este ciclo, o Vitória, sob a liderança de Júlio Mendes, irá reforçar a aposta no capítulo desportivo. “É tempo de iniciar um segundo ciclo, que é de crescimento em termos desportivos. É isso que pensamos fazer a seguir, já para a próxima época. É claro que não vamos dizer que já vamos ter condições para estar ao nível em que pretendemos estar, as coisas não se fazem de um dia para o outro. O que eu sempre peço é que haja alguma paciência e capacidade de ver um pouco mais à frente, mais longe, saber para onde queremos ir. Temos de ser perserverantes".

No dia em que apresentou uma nova parceria financeira para o Vitória, Júlio Mendes não acrescentou novos dados sobre a negociação do contrato relativo às transmissões televisivas. Grande parte dos clubes já divulgaram dados sobre os respectivos processos, mas o Vitória ainda não. “Estamos a negociar. Quando for o momento, falarei sobre isso”.


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