Pediu desculpa ao adepto do Sporting que agrediu com uma navalha mas alega legítima defesa

Começou esta quinta-feira, no Tribunal da Varas Mistas de Guimarães, o julgamento dos autores das agressões a dois adeptos do Sporting.

De acordo com a acusação, os arguidos provocaram diversos ferimentos em dois adeptos do Sporting, residentes em Mirandela. Uma das vítimas sofreu traumatismo torácico e a outra ferimentos ligeiros.

Tudo aconteceu no passado dia 1 de Novembro, no final do Vitória - Sporting, que a equipa vitoriana ganhou por 3-0.

No banco dos réus sentam-se dois arguidos, ambos de Guimarães, de 20 e 18 anos. O mais velho, responde pelos crimes de homicídio qualificado na forma tentada, três crimes de ofensa à integridade física qualificada, uma na forma na tentada e posse ilegal de arma. O outro está acusado de quatro crimes de ofensa à integridade qualificada com um na forma tentada.
 
Apenas um dos arguidos quis falar, o autor confesso da agressão com a navalha. O jovem, que não é sócio do Vitória, nem presença habitual no Estádio D. Afonso Henriques, diz-se arrependido e pediu desculpa à vítima, mas alegou legítima defesa. 

De acordo o arguido, que esteve em prisão preventiva um mês e aguarda agora o julgamento em prisão domiciliária com vigilância electrónica, só puxou da navalha porque estava no chão a ser agredido pelo adepto do Sporting, que acabou esfaqueado.

"Estava na paragem de autocarro a falar com um amigo, e estava lá mais gente, quando ouvi berros e insultos e apercebi-me de um dos meus colegas dar um murro noutra pessoa. Gerou-se uma confusão, dei e levei socos e pontapés e quando estava a tentar passar para o outro lado da estrada vi um homem forte, o Sr Alfredo, que me derrubou, empurrando-me e com um pontapé. Caí ao chão de costas e ele agarrou-me no pescoço a dar socos. Entrei em pânico, fui ao bolso do casaco e tirei a navalha. Com a minha aflição, dei-lhe uma navalhada. Ele saiu de cima de mim, vi a polícia e desatei a correr", confessou.

Assumiu depois que se desfez da navalha - com a qual entrou no estádio do Vitória e que tinha há cerca de mês, depois de, alega, ter sido agredido -, atirando-a para um jardim. Depois de tomar um duche, soube pelos vizinhos que a vítima estava muito mal e em perigo de vida e entrou em pânico, fugindo às suas responsabilidades quando se dirigiu primeiro ao Hospital de Braga, acompanhado por um amigo. Acabou por não ser atendido, vindo para o Hospital de Guimarães onde fez uma pequena cirurgia.

No dia seguinte, por força de outro processo crime para o qual já tinha sido notificado, deslocou-se à esquadra da PSP, onde depois de ter começado por negar, confessou o crime.

O seu advogado, Pedro Miguel Carvalho, espera que o Tribunal "condene apenas na justa medida dos factos", já o advogado de uma das vítimas, Jorge Pires, espera que o Tribunal "dê como provados os crimes".

Na primeira sessão do julgamento apenas um dos arguidos quis prestar declarações. A próxima sessão, onde deverão ser ouvidas algumas testemunhas quer da defesa quer da acusação, terá lugar no dia 1 de Outubro.


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