João Cardoso defende que novo chumbo nas contas não faz cair Direcção do Vitória

João Cardoso ainda não conversou com Emílio Macedo da Silva no sentido de acertarem a data para a nova Assembleia Geral, onde estará novamente em foco a discussão do relatório e contas, que os sócios reprovaram na última Assembleia, no dia 28 de Outubro.
Contrariamente ao que se tem especulado, não há um prazo para o agendamento da Assembleia Geral Extraordinária. "Os Estatutos são omissos nessa matéria, não há nenhum ‘timing’ definido para que seja marcada uma nova Assembleia", sublinhou João Cardoso, em declarações ao DESPORTIVO de Guimarães. Na conversa que manteve com o nosso jornal, o dirigente revelou que "ainda nem tive sequer a oportunidade para falar com o senhor presidente da Direcção, em termos formais, sobre este tema. Vamos conversar, calmamente, sobre as incidências da última Assembleia Geral e como devemos gerir o futuro neste capítulo." Nesse sentido, a nova reunião "será marcada quando eu e a Direcção entendermos que há condições para as contas serem apresentadas novamente a votação. Para isso, obviamente, terá que haver dados novos, que suportem a aprovação das mesmas. Quando digo dados novos, refiro-me à justificação do que será apresentado, mas mais importante ainda as medidas que podem ser utilizadas para alterar o estado das coisas."

Os Estatutos do Vitória também não contemplam qualquer artigo onde esteja implícito que a Direcção terá de se demitir, no caso das contas não serem aprovadas à segunda tentativa. "Isso não existe", sustentou João Cardoso, colocando assim um ponto final no que sempre se disse em torno deste tema, mesmo no passado, quando Pimenta Machado e Vítor Magalhães viveram situações semelhantes. "Nem faz sentido nenhum que se pense assim, faz-se um mau serviço ao Vitória confundirem-se estes assuntos. Uma coisa é a aprovação das contas, que até nem vão ser alteradas na sua essência económica. As contas serão as mesmas. Por isso, não decorre de uma nova recusa que a Direcção caia automaticamente. O que acontece é que, eventualmente, a Direcção pode entender com uma nova recusa, que deixa de ter condições para governar.Se os sócios entenderem que a Direcção não tem condições para continuar a presidir aos destinos do clube, deverão solicitar uma Assembleia Geral Extraordinária para esse efeito", acrescentou.

João Cardoso entende que a Direcção, no futuro próximo, terá de repensar a sustentabilidade financeira do clube. "O escape do Vitória passará por encontrar fontes de receita alternativas às que tem neste momento. Não passará por encontrar um veículo que tape um buraco imediato nas contas do clube. A Direcção terá de fazer uma reestruturação económico/financeira do clube, que possibilite a sua sustentabilidade a médio e longo prazo. Para isso, há que encontrar novas estruturas de custos e proveitos, que se suportem uma à outra. O caminho não deve passar por receitas extraordinárias, que ocorram em momentos." 


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