Passivo do Vitória aumentou 1.781.834,52 euros

O passivo exigível do Vitória aumentou para 11.496.712,32 euros no final do exercício da época 2009/2010. As contas relativas à temporada passada revelam que em relação à época 2008/2009 o passivo aumentou 1.781.834,52 euros. Já o passivo real passou de 13.863.675,26 euros para 15.371.316,45 euros. Ou seja, as contas agravaram-se em 1.507.641,19 euros.
De acordo com o relatório e contas aprovado tornado público pela Direcção, este agravamento nas contas deve-se ao aumento das dívidas a instituições de crédito (são mais 558.908,76 euros, passando agora para 6.775.837,33 euros), ao aumento das dívidas a fornecedores (que agora é de  2.274.711,54 euros, após o agravamento de 336.781,32 euros) e também ao facto das dívidas ao Estado e outros Entes Públicos ter-se agravado em 1.181.967,12 euros, passando de 498.769,06  euros para 1.680.736,18 euros. A premissa das dívidas a outros credores diminuiu 295.822,65 euros.
Face aos custos e aos proveitos os resultados foram negativos no valor de  943.861,48 euros, após as amortizações, que foram no valor 1.506.863,69 euros.
Os custos com o pessoal representam cerca de 50 por cento dos custos totais. As receitas mais significativas prendem-se com a publicidade e direitos televisivos (4.910.469,81 euros), quotas (1.579.606,71 euros), venda de cadeiras (561.438,75 euros) e venda de bilhetes (635.873,05 euros).
No relatório e contas, a Direcção revelou ainda que na última época foram investidos aproximadamente 800 mil euros em três jogadores: Rui Miguel,  Milhazes e Mendieta. O valor de após amortizações está em 726 mil euros.


Direcção considera relatório e contas “suficientemente claro”

Nas considerações finais, a Direcção de Emílio Macedo da Silva afirma que “o presente relatório e contas é suficientemente claro para que todos os associados do clube encontrem nele o conhecimento pleno da vida do Vitória, tanto no plano desportivo, como no plano financeiro e económico.”


Conselho Fiscal faz reparados mas recomenda aprovação

No seu parecer, o Conselho Fiscal sustenta que o ano desportivo 2009/2010 “foi um ano de grandes dificuldades de gestão financeira do Vitória”, tendo-se verificado “um agravamento do passivo exigível de 7.680.383,21€ para 9.469.822,29€, com elevados custos (juros, multas, comissões bancárias)   que    ascenderam    a   um    total  de  1.083.115,80€,  face  a situações   de estrangulamento financeiro que foram recorrentes ao longo de toda a época.”
Na análise às contas, o Conselho Fiscal determina que a quebra de receitas fica a dever-se “a um decréscimo de receitas com a venda de jogadores”, que passou de de 5.805.377,47€ (na época 2008/2009) para 4.023.199,41€ (na temporada época 2009/2010). Outra das causas apontada é o “défice de exploração das principais modalidades amadoras” que foi de 423.749,63€. Ou seja, apenas 63,6 por cento dos custos inerentes às modalidades tiveram origem em receitas próprias, o que para o Conselho Fiscal “prefigura uma situação insustentável que terá já sido revista para a corrente época de 2010/2011.”
De acordo com o Conselho Fiscal, “o endividamento bancário não parece excessivo, dada a sua relação de grandeza com o valor total das receitas geradas anualmente.” Ainda assim, o órgão presidido por Amaro Costa e Silva recomenda “uma renegociação da referida dívida, transformando dívidas de curto prazo em médio e longo prazo com planos certos de amortização e pagamentos que tornem os fluxos de tesouraria mais previsíveis.” O Conselho Fiscal regista igualmente “elevados custos com honorários.” “Verifica-se um conjunto de encargos de 8 531 236,05€, valor que absorve a quase totalidade das receitas correntes (9.185.533,01€)”, pode ler-se no documento.
Apesar das chamadas de atenção, o Conselho Fiscal “propõe à Assembleia Geral a aprovação dos resultados de exercício apresentado e recomenda à Direcção a adopção de medidas de acordo com este parecer.”


Penhoras para garantir receitas

No relatório e contas relativo à temporada 2009/2010, a Direcção de Emílio Macedo da Silva revela ainda que no decurso do exercício foram prestadas garantias a favor de terceiros. Desde logo, existe uma hipoteca voluntária de imóveis a favor da Banca, no valor de 3 milhões de euros. A Administração Fiscal fez duas penhoras. A primeira sobre um prédio urbano como garantia de uma dívida no valor de  884.654,61 euros, referente a IRC de 2000/2001 e IVA de 2003/2004. A segunda, sobre o mesmo prédio urbano, serve como garantia no valor de 748.234 euros referente a IRC de 2004.
A Segurança Social constituiu uma hipoteca legal unilateralmente sobre vários prédios, como garantia do cumprimento do Programa Viável da Segurança Social. Em causa está uma dívida de 650.709,27 euros, que diz respeito a quotizações e contribuições dos anos Agosto 2000 a Janeiro 2003. A mesma Segurança Social formalizou outra hipoteca pelo valor da dívida de 283.322,19 euros, referente a quotizações e contribuições meses de Julho, Agosto, Setembro, Outubro e Novembro de 2009. Já a Segurança Social de Vila Real efectuou uma outra penhora para garantir a dívida de 167.965,07 euros, referente a um crédito sobre o Grupo Desportivo de Chaves.
A Administração Fiscal realizou uma outra penhora, com o objectivo de garantir a dívida no valor de 396.861,39 euros, referente a IVA de Março de 2010 e IRS de Fevereiro e Março de 2010.

Marcações: Desporto

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