João Elísio agastado com extinção do futebol sénior do Sandinenses

João Elísio acredita que a extinção do futebol sénior do Sandinenses podia ter sido evitada. O primeiro presidente do clube de São Martinho de Sande, cujo mandato ficou marcado pela primeira subida aos nacionais, mostra-se agastado pela forma como o processo se desenrolou, colocando alguma responsabilidade nos actuais dirigentes.

Na qualidade de fundador do clube e, sobretudo, por ter sido o seu primeiro Presidente, como é que encara o fim do futebol sénior no Sandinenses?
Contrariamente ao que possam pensar, não fui apanhado desprevenido porque isto arrastava-se há algum tempo. De há três ou quatro anos a esta parte que o Sandinenses passou a ter problemas no sentido de encontrar alternativas para a sua Direcção. Por isso, não foi uma surpresa. Foi, antes, uma grande tristeza mas admito que as pessoas não são eternas nos lugares e, infelizmente, chegou a este ponto.
Considera que esta foi uma decisão precipitada?
Quiseram que o calvário terminasse aqui. Entenderam que não deviam dar continuidade ao futebol sénior mas isso é triste, porque o Sandinenses atingiu uma dimensão tal que custa acreditar nesta realidade.
Não chegou a equacionar a possibilidade de regressar às lides do clube?
Não. Nunca falei sobre o assunto com os actuais responsáveis porque a minha vida não me proporciona essa possibilidade. Está muito limitada em termos de tempo disponível. Dizem que este foi um fim de cabeça erguida mas eu não concordo. Teria sido possível encontrar outras alternativas, mas é só a minha opinião. Os responsáveis não foram assim tão responsáveis.
Sem o futebol sénior, que era a bandeira do clube, o Sandinenses não terá a mesma dimensão?
Julgo que não. O Sandinenses começou com os seniores, o Futebol Juvenil veio muito mais tarde e nem era prioritário. Estou bastante admirado que agora seja a prioridade máxima e única. Quando começámos a dar os primeiros passos foi com gente adulta, crescida, e foi essa gente que nos incentivou. O futebol de formação é importante, não o nego, mas daí até passar a ser prioridade e extinguir os seniores…

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