Batalha de Aljubarrota aconteceu há 639 anos: Festa do Pelote evocada em Guimarães
Nesta quarta-feira, passam 639 anos da Batalha de Aljubarrota. Em Guimarães, outrora a comemoração deste importante marco da história nacional era assinalada com a Festa do Pelote.
A comemoração da Batalha de Aljubarrota esteve sempre presente no imaginário colectivo dos vimaranenses. Como se pode ler na edição do jornal O Comércio de Guimarães de 12 de Agosto de 1967, "todos os anos, a Câmara Municipal manda celebrar sob os arcos ogivais do Padrão do Salado que se ergue junto da Igreja de Nossa Senhora da Oliveira no dia 14 de Agosto uma missa pela Vitória de Aljubarrota".
"Esta festividade anual nunca sofreu qualquer interrupção, quer durante o domínio filipino, quer depois da proclamação da República. Guimarães e Aljubarrota estão unidas por laços indestrutíveis.
Esta solenidade é vulgarmente designada por Festa do Pelote, pois, no dia da sua celebração era exposto ao público junto ao Padrão do Salado a veste usada na Batalha pelo Rei da Boa Memória, por ele oferecida a Nossa Senhora da Oliveira".
Além desta dádiva, o Rei também ofereceu o famoso tríptico de prata dourada, peça preciosa que segundo a tradição foi apresada ao Rei de Castela na Batalha de Aljubarrota. Estas oferendas podem ser hoje admiradas no Museu Alberto Sampaio.
Na série de oferendas de D. João I a Santa Maria de Guimarães avulta ainda, como diz Oliveira Martins, o acto de El-Rei se haver pesado a prata, dando-a Àquela a quem atribuiu a vitória de Aljubarrota. «Estava El-Rei D. João I em Guimarães quando em Maio de 1385 lhe chegou a notícia, logo D. João I foi orar junto do altar de Nossa Senhora e fez solenes promessas se a vitória lhe sorrisse no prélio que se ia travar. Ganha a Batalha de Aljubarrota, narra o cronista Fernão Lopes, D. João I partiu de Santarém para cumprir a romaria que prometeu de ir a pé a Santa Maria de Oliveira, na vila de Guimarães. Ajoelhara antes da Batalha junto do altar de Nossa Senhora da Oliveira a suplicar-Lhe a sua protecção e depois da Batalha a agradecer a vitória.
Uma das mais expressivas manifestações de agradecimento a Santa Maria de Guimarães foi a reedificação da sua igreja em 1387. O rei, a rainha D. Filipa e seus filhos vieram a Guimarães assistir à Sagração desta igreja em 1401. Guimarães é a terra de Portugal onde a comemoração da Batalha de Aljubarrota tem mais fundas raízes", refere aquela edição do semanário que continua a ser publicado pelo Grupo Santiago.
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