Há 637 anos D. João I triunfou na Batalha de Aljubarrota e veio agradecer a Nossa Senhora da Oliveira em Guimarães

images/fotoarquivo/arquivo_2014/cultura/loudel_d_joaoi_guimaraes.jpg

Este domingo, passam 637 anos da Batalha de Aljubarrota. Na tarde de 14 de Agosto de 1385, as tropas portuguesas comandadas por D. João I e o seu Condestável D. Nuno Álvares Pereira, derrotaram e o exército castelhano de D. Juan I de Castela.

A batalha deu-se no campo de S. Jorge, nas imediações da vila de Aljubarrota, entre as localidades de Leiria e Alcobaça no centro de Portugal. O resultado foi uma derrota definitiva dos castelhanos e o fim da crise de 1383-1385, e a consolidação de D. João I como rei de Portugal, o primeiro da dinastia de Avis. Ao triunfo português no campo de batalha ficaria associado a Guimarães já que D. João I atribuiu à protecção divina de Nossa Senhora da Oliveira o triunfo no campo de batalha. Após o triunfo, o Rei ofereceu o seu loudel, a veste militar usada durante a batalha, e um altar em prata dourada, que podem ser vistos no Museu de Alberto Sampaio.

A comemoração da Batalha de Aljubarrota esteve sempre presente no espírito dos vimaranenses. Como se pode ler na edição do jornal O Comércio de Guimarães de 12 de Agosto de 1967, "todos os anos, a Câmara Municipal manda celebrar sob os arcos ogivais do Padrão do Salado que se ergue junto da Igreja de Nossa Senhora da Oliveira no dia 14 de Agosto uma missa pela Vitória de Aljubarrota".

"Esta festividade anual nunca sofreu qualquer interrupção, quer durante o domínio filipino, quer depois da proclamação da República. Guimarães e Aljubarrota estão unidas por laços indestrutíveis.

Esta solenidade é vulgarmente designada por Festa do Pelote, pois, no dia da sua celebração era exposto ao público junto ao Padrão do Salado a veste usada na Batalha pelo Rei da Boa Memória, por ele oferecida a Nossa Senhora da Oliveira.

Além desta dádiva também ofereceu o famoso tríptico de prata dourada, peça preciosa que segundo a tradição foi apresada ao Rei de Castela na Batalha de Aljubarrota. Estas oferendas podem ser hoje admiradas no Museu Alberto Sampaio.

Na série de oferendas de D. João I a Santa Maria de Guimarães avulta ainda, como diz Oliveira Martins, o acto de El-Rei se haver pesado a prata, dando-a Àquela a quem atribuiu a vitória de Aljubarrota. «Estava El-Rei D. João I em Guimarães quando em Maio de 1385 lhe chegou a notícia logo D. João I foi orar junto do altar de Nossa Senhora e fez solenes promessas se a vitória lhe sorrisse no prélio que se ia travar. Ganha a Batalha de Aljubarrota, narra o cronista Fernão Lopes, D. João I partiu de Santarém para cumprir a romaria que prometeu de ir a pé a Santa Maria de Oliveira, na vila de Guimarães. Ajoelhara antes da Batalha junto do altar de Nossa Senhora da Oliveira a suplicar-Lhe a sua protecção e depois da Batalha a agradecer a vitória.

Uma das mais expressivas manifestações de agradecimento a Santa Maria de Guimarães foi a reedificação da sua igreja em 1387. O rei, a rainha D. Filipa e seus filhos vieram a Guimarães assistir à Sagração desta igreja em 1401. Guimarães é a terra de Portugal onde a comemoração da Batalha de Aljubarrota tem mais fundas raízes", refere o semanário.

"O bom povo desta terra aflui ao Largo de Nossa Senhora da Oliveira no dia 14 de Agosto e ali se ajoelha e rende graças a Deus pela vitória que consolidou a nossa independência numa fase de crise aguda", continua a edição do jornal, acrescentando: "a iniciativa desta festividade pertence à Câmara Municipal que sempre zelosamente curou da sua realização".

"Para lhe imprimir maior brilhantismo têm sido convidados os oradores sacros mais reputados. Naquele cenário de histórica grandeza do Largo de Nossa Senhora da Oliveira, a Pátria todos os anos é exaltada e os seus fastos mais expressivos são solenemente evocados. O nosso saudoso conterrâneo A. L. de Carvalho ao terminar o seu trabalho intitulado Aljubarrota e Santa Maria de Guimarães, escrevia: "iluminado a esta réstia de luz suave, eu bendigo a minha terra, a terra mais portuguesa de Portugal, por saber despertar a chama viva da Pátria, comemorando anualmente a vitória de Aljubarrota, junto de Santa Maria de Guimarães"".

 

Marcações: Senhora da Oliveira, Museu de Alberto Sampaio, Batalha de Aljubarrota;

Imprimir Email