Casa de Margaride confiou cruz relicário de devoção pessoal ao Museu de Alberto Sampaio

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O espólio do Museu de Alberto Sampaio ficou mais enriquecido esta quarta-feira com uma cruz relicário, datada do século XVII, doada pelos familiares e herdeiros de D. Helena Maria Corrêa de Barros Cardoso de Macedo e Menezes "Margaride" (09.01.1929 -15.05.2020).

O auto de doação foi assinado pelo representante da família Francisco Xavier Cardoso de Macedo e Menezes e pela Directora do Museu de Alberto Sampaio, Isabel Fernandes, numa cerimónia em que o Presidente da Câmara, Domingos Bragança, testemunhou a entrega formal da peça na Casa de Margaride.

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O momento dotado de grande simbolismo serviu para evocar os 1002 anos da primeira referência documental da então denominada Villa Margaridi, localizada na freguesia de Mesão Frio, tendo como anfitrião José Couceiro da Costa que justificou ser uma vontade da família confiar o bem patrimonial ao Estado português "porque entendeu que não queria que saísse de Guimarães".

"É com a certeza profunda de que seria a vontade de minha irmã Helena que nós deixássemos em Guimarães o relicário que era dela. Não tenho a mínima dúvida. Todos os herdeiros sentimos isso. Por isso, ficamos muito honrados pelo Museu e pela Cidade aceitarem esta peça. E muito gratos por preservarem esta obra de arte, rara e muito bonita, que pertenceu à minha estimada irmã", expressou Francisco Xavier Cardoso de Macedo e Menezes, ao justificar o intuito de homenagear e perpetuar o nome da ante possuidora quer ainda de assegurar a permanência em Guimarães desta obra de arte da família dos Condes de Margaride.

A Directora do Museu de Alberto Sampaio agradeceu a confiança depositada na Instituição que assim recebe o relicário em prata e respectivo estojo em madeira revestido a pele gravada. "Esta peça passa a pertencer a património de todos. Vai integrar o inventário do Museu e ficará em exposição na sala de ourivesaria", acrescentou Isabel Fernandes.

O Presidente da Câmara de Guimarães testemunhou a doação, considerando que "é uma oferta ao Museu e à cidade de Guimarães". Domingos Bragança expressou "a gratidão de todos os vimaranenses pela oferta" e também pela forma como a Casa de Margaride tem conservado a sua herança familiar e patrimonial. "É uma casa que tem uma importância histórica excepcional, porque é anterior à fundação da Nacionalidade. Todo o seu acervo e simbolismo representa muito para a história de Guimarães desde o período que antecedeu a formação do nosso País até à contemporaneidade", observou, ao concluir: "esta doação reveste um simbolismo muito grande, porque esta peça ficará disponível para ser apreciada pelos vimaranenses e por todos aqueles que visitam o Museu".

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