«Que este momento sirva de inspiração para todos», afirmou Vereador da Cultura na abertura das Festas Gualterianas
"Uma festa assim não pode morrer... As Gualterianas precisam de se inspirar neste momento". Foi assim que o vereador da cultura da Câmara Municipal de Guimarães lançou o mote para a edição deste ano das Festas da Cidade, na abertura do programa com a inauguração da exposição «A RECONSTRUÇÃO - A extraordinária história das Festas Gualterianas de 1947», que ficará patente até 24 de Agosto, no Largo de São Francisco.
Na cerimónia realizada ontem à noite, Paulo Lopes Silva reconheceu que as Festas "precisam de se inspirar em momentos" como o que mobilizou a comunidade para a reconstrução da Tourada em cinco dias após o violento incêndio.
"É importante que os vimaranenses sintam as festas como suas e se envolvam. Não é só com o voluntariado que permite a criação da Marcha Gualteriana, há vários outros momentos. A organização não é apenas obra dos profissionais... É das pessoas, dos vimaranenses e das diferentes instituições que abraçam as Festas da Cidade como suas. Que este momento sirva de inspiração para todos, para continuarmos a construir, a reconstruir e a repensar as festas, para continuarmos a fazer as Festas Gualterianas que nos orgulham", apontou o vereador da Cultura.
Com a responsabilidade de organizar a abertura oficial das Festas da Cidade, o Presidente da Muralha - Associação de Guimarães para a Defesa do Património assinalou que é uma colaboração "assumida com um prazer imenso e que muito prezamos". "Tudo faremos para enriquecer o programa", disse Rui Victor Costa, ao justificar a importância do espólio do fotógrafo amador João Gualdino Pereira, que durante cinco longos dias registou os momentos alusivos à reconstrução da Praça de Touros, destruída pelo incêndio ocorrido no dia 28 de Julho de 1947. "Foi uma manifestação de esforço comunitário, um acto absolutamente mobilizador e dinâmico, revelador do valor da união de uma comunidade que se revia na festa da sua Cidade", disse, aproveitando a presença do vereador da cultura para desafiar o Município a apoiar a concretização de uma alusão simbólica ao Campo da Perdiz, ali na zona da Atouguia, onde foi reerguida a Praça de Touros em cinco dias, espaço que duas décadas antes já havia servido para campo de jogos do Vitória SC.
"Este acontecimento não merece nenhuma estátua especial, mas o local onde ocorreu este 'milagre', onde a comunidade vimaranense acedeu a reerguer a Praça de Touros, merece uma placa a assinalar o Campo da Perdiz, onde a tourada foi reconstruída e chegou a ser campo de futebol do Vitória SC. Fica perto da Atouguia e merece uma referência", defendeu. "Um povo assim não morre, um povo assim tem direito à admiração e ao respeito de todos", aludiu Rui Victor Costa, justificando a exposição como uma expressão "de respeito pela memória do acontecimento, mas também pela memória e pela visão de quem num gesto tão nobre e delicado fotografou os trabalhos e preservou com todo o cuidado o álbum desse registo, assim homenageado graças à colaboração da sua família".
Marcações: Festas Gualterianas, exposição da Muralha