Monumento em forma de baloiço inaugurado em Pinheiro no Caminho de Santiago

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É uma escultura viva e dinâmica, situada na freguesia de Pinheiro, numa encosta da Serra de Santa Catarina, onde o olhar se perde no horizonte do território singular do vale do Ave. "Caminho" é o nome atribuído pela artista plástica vimaranense Patrícia Ribeiro para a obra de arte que tem a forma de um baloiço, onde quem quiser pode experimentar o seu embalo ou simplesmente sentar-se e descansar do percurso sinuoso do Caminho de Santiago que atravessa naquela zona íngreme do concelho de Guimarães.

De maneira a assinalar o dia do Apóstolo São Tiago (25 de Julho) que ontem se comemorou em Ano Santo - por a data coincidir com o domingo -, a Delegação de Guimarães da Associação Espaço Jacobeus (AEJ) empreendeu esforços para criar um monumento que serve de homenagem àqueles que se aventuram pelo Caminho de Torres. "Este local foi cedido pelos proprietários para a colocação do monumento e tudo foi conseguido graças à boa vontade das pessoas, empresas e instituições que voluntariamente deram os diferentes contributos", justificou Leonel Pereira, responsável pela delegação da AEJ que tem a sua sede na União de Freguesias de Oliveira, São Paio e São Sebastião.

"Este lugar oferece uma panorâmica soberba e daqui se podem traçar muitos caminhos", apontou, visivelmente satisfeito por ter conseguido concretizar a ideia que surgiu no período de Páscoa, após ter feito mais uma peregrinação a Compostela. "É um monumento para todos", disse, observando que o propósito foi contextualizar o itinerário do Caminho de Torres com as suas diferentes etapas no nosso País, desde Trancoso até Valença.

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Na cerimónia inaugural, o Presidente da Associação Espaço Jacobeus realçou a importância da dinamização dos Caminhos de Santiago, no sentido de zelar pela sua divulgação, preservação e salvaguarda. "As pessoas das diversas localidades são fundamentais para conseguirmos a manutenção, porque há trilhos que não são utilizados diariamente e a sinalética está sujeita à degradação e ao vandalismo. Neste Caminho de Torres há uma dimensão histórica a explorar", apontou Nuno Pontes, ao referir que a Associação Espaço Jacobeus está a trabalhar junto da UNESCO, no sentido de classificar os caminhos portugueses de Santiago de Compostela como património da humanidade.

 Situado na Rua dos Laranjais, o monumento "não é um baloiço qualquer". A autora da obra de arte reconhece que "foi provocada" pelo responsável pela Delegação de Guimarães da AEJ a criar uma obra de arte em diálogo com as características naturais e simbólicas do lugar.

Na memória descritiva, Patrícia Ribeiro escreve: "Quando nos deparamos com uma paragem que nos oferece um horizonte infinito, sentimo-nos elevar, sentimo-nos em liberdade. A ligação com a terra, com o Caminho de Santiago, o pé ante pé rumo à espiritualidade do peregrino. Uma inspiração. O privilégio da ligação com a Natureza. O privilégio do silêncio da viagem ao nosso interior.
Assim nasce o ADN desta escultura viva: o pau, alicerce do peregrino; a concha suspensa onde pousamos e um dos alicerces de Caminho, ele próprio, o itinerário do Caminho de Torres, uma estrutura de robustez que demarca os lugares onde o célebre peregrino Diego Torres Villarroel havia pernoitado. Neste momento de pausa, sentados sobre a concha de Santiago, metaforicamente nos sentimos no seu interior, a viajar no seu colo e através dela, mais próximos do divino. A obra pretende enquadrar-se na Natureza, ir ao encontro dela, em harmonia com a missão de quem faz o Caminho de Santiago".

Apesar da sinalética do Caminho de Torres ter sido colocada recentemente, o Presidente da Junta de Freguesia de Pinheiro deu a conhecer que já há peregrinos a fazer este itinerário rumo a Compostela. Domingos Peixoto considera que o monumento oferece a possibilidade de contemplar a paisagem mais demoradamente, agradecendo o contributo que representa para a freguesia.

Marcações: Pinheiro, Caminho de Torres, Caminho de Santiago, Baloiço

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