Oitava edição do GUIdance - Festival Internacional de Dança Contemporânea começa esta quinta-feira
O GUIdance - Festival Internacional de Dança Contemporânea começa esta quinta-feira, transportando até Guimarães a Europa da dança. Nove espectáculos, quatro estreias, masterclasses, sessões nas escolas, conversas e debates compõem o cartaz da sua 8ª edição.Dois nomes incontornáveis da dança contemporânea, Wayne McGregor e Peeping Tom, abrem e encerram, respetivamente, o festival. Rui Horta – coreógrafo em destaque nesta edição – apresenta duas criações, uma em estreia absoluta e outra em reposição. Vera Mantero, Joana von Mayer Trindade & Hugo Calhim Cristóvão, Patricia Apergi, Euripides Laskaridis, Marlene Monteiro Freitas e Andreas Merk juntam-se ao movimento que agitará toda a cidade, aproximando público e artistas, seja em torno das criações apresentadas ou do universo (infinito) da dança.
A partir daqui, o festival arranca para uma viagem tão completa e híbrida quanto desejável, comandada por todas as possibilidades que o jogo da criação nos permite. Assim acontece em “O Limpo e o Sujo”, amanhã, onde os corpos de Vera Mantero, Elizabete Francisca e Francisco Rolo dançam para desabafar, dançam para expelir, dançam para absorver. Expurgam, limpam e expulsam as contaminações do interior dos seus corpos. Há corpos educados e há corpos deseducados. Há, sobretudo, um alegre chafurdar na fusão entre estas duas espécies de corpos. “educados e deseducados” atravessados por informação acumulada procuram um novo lugar.
No mesmo sentido, Joana von Mayer Trindade & Hugo Calhim Cristóvão apresentam “Da insaciabilidade no caso ou ao mesmo tempo um milagre” às 18h30, no sábado, partindo de Almada Negreiros e da sua velocidade em despertar cérebros no corpo. Simultaneidade, velocidade, incongruência com o exclusivo, assimilação e sobreposição conduzem ao maximalismo em associação com a eternidade rápida e urgente de Almada e unem com o gesto, mais que com a teoria, de atos dadaístas e surrealistas de hibridismo de linguagens e de espontaneidade. Uma coreografia focada no excesso, na sobreposição de padrões, na associação de elementos díspares, no sem sentido, não discursivo, não demonstrável. Na multíplice experiência do irrepetível.
A primeira semana desta edição fecha com a nova criação de Rui Horta, sábado, às 21h30. “Humanário”, uma obra criada em conjunto com Tiago Simães, responsável pela direção musical do projeto, tem estreia absoluta no GUIdance e integra cerca de 40 intérpretes amadores, onde o traço de união é a capacidade vocal. “Humanário” reflete a importância da coesão da comunidade em diálogo com as idiossincrasias dos intérpretes. Uma obra sobre a diversidade, mas igualmente sobre a construção de um objeto comunitário. Reduzida à voz e ao corpo, a peça cria um traço de união, numa celebração da diferença de géneros, idades e culturas.
A segunda semana de espetáculos começa no dia 7 e prolonga-se até ao dia 10 de Fevereiro.
PROGRAMA
QUINTA 01 fevereiro
CCVF / Grande Auditório | 21h30
Autobiography [estreia nacional]
Company Wayne McGregor
SEXTA 02 fevereiro
CCVF / pequeno auditório | 21h30
O Limpo e o Sujo
Vera Mantero
SÁBADO 03 fevereiro
ciajg / BLACK BOX | 18H30
Da insaciabilidade no caso ou ao mesmo tempo um milagre
Joana von Mayer Trindade & Hugo Calhim Cristóvão
SÁBADO 03 fevereiro
CCVF / Grande Auditório | 21h30
Humanário [estreia absoluta]
Rui Horta
QUARTA 07 fevereiro
ciajg / BLACK BOX | 21h30
Vespa [reposição]
Rui Horta
QUINTA 08 fevereiro
CCVF / Grande Auditório | 21h30
Cementary [estreia nacional]
Aerites Dance Company / Patricia Apergi
SEXTA 09 fevereiro
CCVF / pequeno auditório | 21H30
Jaguar
Marlene Monteiro Freitas com a colaboração de Andreas Merk
SÁBADO 10 fevereiro
ciajg / BLACK BOX | 18H30
Titans [estreia nacional]
Euripides Laskaridis
SÁBADO 10 fevereiro
CCVF / Grande Auditório | 21h30
Vader
Peeping Tom
Marcações: Cultura