«O lugar de onde se vê Guimarães» é mote da programação de 2017 do Teatro Oficina
Uma festa de teatro dedicada a Raul Brandão e espectáculos concebidos a partir do espólio de fotografia da Muralha e da colecção de máscaras de José de Guimarães são os destaques da programação cultural do Teatro Oficina para este ano de 2017.Com o Café Milenário a servir de palco, ontem ao início da noite, o novo Director Artístico, João Pedro Vaz, acompanhado do Director Executivo d' A Oficina, Frederico Queiroz, apresentou o projecto que concebeu para este ano, assumindo a ambição de "fazer do Teatro Oficina a Companhia de Teatro de Guimarães, o lugar de onde se vê Guimarães", com um programa em que a cultura se cruza com a educação, num trabalho de rede para a valorização das artes performativas no Concelho. "Quero que o Teatro Oficina consiga fazer um trabalho de responsabilidade para o desenvolvimento das artes performativas no Concelho, na ligação com os amadores de teatro, com os alunos da Universidade do Minho, com os alunos das nossas Oficinas, mas também cartografando os artistas de Guimarães - temos a convocatória aberta on-line «o gang de Guimarães» para conhecer os artistas que são da Cidade, mas que podem estar no País ou em qualquer lugar do mundo - para sermos o centro, o sítio onde se sabe qual é a realidade activa das artes performativas no concelho", afirmou.
Na programação, destaca-se a ligação com o projecto cultural d' A Oficina. "Vamos interagir mais com o Centro Internacional das Artes José de Guimarães, com a Casa da Memória, com o Centro Cultural de Vila Flor e com os seus programadores e o Serviço Educativo", continuou.
O director artístico do Teatro Oficina que substitui Marcos Barbosa apontou que a companhia que dirige quer ser "uma plataforma de ligação entre os projectos do programa cultural, abordando através das artes performativas temas que são familiares em que o teatro poderá dar uma visão diferente daquilo que é o capital simbólico. Por isso, este ano, vamos trabalhar Raul Brandão, fazer espectáculos a partir do espólio de fotografia da Muralha ou da colecção de máscaras de José de Guimarães. A companhia de teatro é uma rede de trabalho, um corpo em que quem faz e vê teatro, participa. O lema deste ano é "o lugar de onde sê Guimarães", porque a palavra teatro em grego significa 'o lugar de onde se vê'".
Durante a conferência de imprensa de apresentação da programação de 2017, João Pedro Vaz vincou que "nada se esgotará em 2017", sublinhando a vontade de estimular uma "relação profunda" com o teatro do concelho. "Não quero os grupos de teatro de amadores ou a comunidade para fazer figuração nas peças de Teatro Oficina, quero que aprendam comigo e provavelmente também irei aprender com eles, porque todos somos artistas de teatro", anotou.
Quanto à programação para este ano, em Março, haverá a festa de Teatro Raul Brandão, com grupos de teatro do Concelho; em Junho, a criação Álbum de Família a partir da Colecção de Fotografia d' A Muralha; e em Outubro, uma produção a partir das máscaras de José de Guimarães.
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