Encontro sobre Património Cultural Imaterial esta terça-feira na Plataforma das Artes
O processo de submissão da inscrição das Festas Nicolinas no Inventário Nacional do Património Cultural e Imaterial, da Direcção Geral do Património Cultural, vai ser apresentado no âmbito das comemorações do dia 13 de Dezembro para assinalar a comemoração dos 15 anos da classificação do Centro Histórico como Património Cultural da Humanidade.«Que consequências têm as incertezas e os mal-entendidos resultado das imprecisões e ambiguidades da noção que é agora comum reduzir à sigla “PCI»? Como evoluem as divergências entre as aceções científicas, leigas e institucionais do que é o património imaterial? Como têm sido geridas as tensões entre a sempiterna ânsia pela autenticidade cultural e a busca de protagonismo turístico ou a esperança de um aproveitamento económico? Qual é a adequação das estruturas de ação cultural do Estado, das autarquias, das universidades perante as especificidades dessa ainda nova área patrimonial?
Será o tempo longo da investigação científica sempre compatível com as estratégias identitárias e os calendários políticos? Os quadros legislativos e regulamentares portugueses e supranacionais (Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, Convenção da UNESCO para a salvaguarda do património cultural imaterial) favorecem a implementação de políticas patrimoniais públicas coerentes e coordenadas ou fomentam uma competição identitária fragmentada? Qual é o balanço crítico que já pode fazer quem se encontra envolvido nos projetos que suscitaram direta ou indiretamente? Que dificuldades já foram identificadas? Que soluções – ou alternativas – podem ser propostas?
No encontro que terá a companhia dos sardões e das passarinhas da Festa de Santa Luzia que se celebra em Guimarães a 13 de dezembro, a Oficina associa-se ao Centro em Rede de Investigação em Antropologia da Universidade do Minho para juntar funcionários de instituições culturais, decisores políticos, investigadores, participantes em iniciativas patrimoniais locais, e propor um esforço de reflexão e criatividade aplicadas a uma intervenção etnográfica centrada nas dinâmicas sociais e culturais contemporâneas.
PROGRAMA
Frederico Queiroz, Presidente da Direção d’A Oficina
José Bastos, Vereador da Cultura do Município de Guimarães
09h45 Jean-Yves Durand, Centro em Rede de Investigação em Antropologia - Universidade do Minho: Inventariar, com os pés no chão: avanço rápido ou passo suspenso?
10h00 Clara Cabral, Comissão Nacional da UNESCO:
A implementação da Convenção do Património Cultural Imaterial a nível nacional.
10h30 Isabel Fernandes, Direção Regional de Cultura do Norte, Diretora do Museu Alberto Sampaio e do Paço dos Duques de Bragança:
Património Cultural Imaterial: um novo conceito para uma “velha” realidade…
11h00 Pausa para café
11h15 Jean-Yves Durand, Centro em Rede de Investigação em Antropologia - Universidade do Minho: Inventariar, entre a espada das instituições e a parede do terreno: “ficha” e “candidatura” - o caso das Festas Nicolinas, em Guimarães.
11h30 Maria João Nunes, bolseira de investigação, Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, Universidade do Minho: Detentores do Património Cultural Imaterial: o caso de S. João de Sobrado.
12h00 Debate
12h30 Pausa para almoço
14h30 Catarina Pereira, A Oficina, Diretora da Casa da Memória: Passarinhas e Sardões de Guimarães: o lado explícito.
15h00 Hugo Morango, Folk & Wild – Diretor criativo: Da recolha etnográfica ao jogo de tabuleiro. O caso dos jogos “Contrabando - Vale do Côa” e “Contrabando - Rotas do Café”.
15h30 Marco Novo, Núcleo Promotor do Auto da Floripes 5 de Agosto: Dúvidas e perspetivas na fase inicial de uma intenção de inventariação.
16h00 Debate
16h30 Visitas: Casa da Memória e Arraial de Santa Luzia.
Marcações: Cultura