Rodrigo Leão levou magia à Plataforma das Artes

A música de Rodrigo Leão introduz-se na parte mais sensível da pele e atravessa todo o corpo. Pura magia, tanta que chega a doer a alma?

Desta vez até podia haver uma reserva inicial: o concerto seria ao ar livre - talvez perdesse aquele intimismo tão característico da sua música - em plena Praça da Plataforma das Artes e da Criatividade. A reserva perdeu imediatamente todo e qualquer sentido que pudesse ter.

Antes dos primeiros acordes, ouvia-se ao fundo, na Conde de Margaride, o rumorejar dos automóveis que passavam. Com os primeiros acordes, quase todos os sentidos se entregaram de corpo e alma à música de Rodrigo Leão. Quase todos, porque a visão foi capaz, por momentos, até induzida pelo próprio músico e compositor, de perder-se deliciosa e poeticamente com a belíssima e sedutora luminosidade da Lua Cheia.

Já se sabia que neste regresso a Guimarães, Rodrigo Leão iria interpretar temas das várias bandas sonoras compostas nos últimos anos, nomeadamente do filme luso-francês «A Gaiola Dourada», que bateu todos os recordes de bilheteira, e da série de grande sucesso «Equador». Mas, claro, há sempre tempo para canções que se tornaram clássicos do seu reportório e para surpresas. Porque Rodrigo Leão surpreende sempre, especialmente quando nos dá a conhecer vozes absolutamente mágicas e enternecedoras.

Para além do habitual e omnipresente enamoramento com Celina da Piedade, desta vez a Plataforma das Artes irradiou magia com Selma Uamusse, que depois de uma primeira intervenção brilhante fecharia o concerto, no encore, com um tema original seu e com a flecha apontada às profundezas do coração: «Sleepless Heart».

Introduz-se na parte mais sensível da pele e atravessa todo o corpo. Rodrigo Leão, pura magia, tanta que chega a doer a alma.


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