BIGGER: Consulta de Nutrição na Clínica de Reabilitação de Guimarães

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A nutrição clínica é uma peça-chave quando falamos em manter a saúde, prevenir doenças e tratar problemas de saúde já instalados. O nutricionista, que é o especialista nessa área, estuda continuamente a complexa relação entre nutrientes, alimentos e a vida humana. Acreditando no poder da alimentação como um instrumento essencial para a saúde, o papel da nutricionista passa por traduzir o conhecimento científico em orientações práticas que fazem sentido no dia a dia do indivíduo: “ensinar pessoas, saudáveis e doentes, sobre o que comer e como comer para melhorar a sua qualidade de vida através da alimentação, nunca esquecendo a sua dimensão social e cultural”.

Como dizia Hipócrates: "Nós somos o que comemos!". No entanto, nem todos sabem o que comer e essa é uma das principais missões do nutricionista: a educação alimentar. Neste âmbito, o nutricionista trabalha diretamente com o utente na adoção de hábitos alimentares, através de orientações personalizadas, que vão desde o ensino sobre a interpretação de rótulos alimentares, o planeamento, a confecção e a conservação de alimentos. Essa educação continuada auxilia desenvolverem uma relação saudável com a comida, promovendo escolhas alimentares conscientes e sustentáveis.

O nutricionista também tem um papel crucial na prevenção de doenças. Um relatório publicado recentemente pela Direção Geral de Saúde mostrou que os hábitos alimentares inadequados estão a matar mais que o tabaco. Doenças como o cancro, as doenças cardiovasculares, a diabetes e as doenças renais estão muito relacionadas com o que comemos. Na consulta de Nutrição, através de intervenções nutritivas adequadas e individualizadas, o nutricionista pode ajudar a reduzir o risco de desenvolvimento ou controlar essas patologias.

E quando a doença já está instalada, o nutricionista também faz parte do elenco principal. A nutrição é um elemento-chave no tratamento de várias condições clínicas. No cancro, em todas as suas fases (diagnóstico, tratamento, fase de cuidados paliativos ou recuperação), a nutrição adequada pode auxiliar na recuperação ou na qualidade de vida do doente. Nas doenças gastrointestinais, como, por exemplo, na síndrome do intestino irritável, na doença de Crohn ou na “mais banal” obstipação, o nutricionista ajusta a alimentação do doente, de modo a minimizar sintomas e/ou prevenir complicações. No suporte de doenças crónicas como a como diabetes, hipertensão, dislipidemias e doenças renais, nas quais o nutricionista trabalha em conjunto com outros profissionais de saúde para desenvolver planos alimentares que permitam melhorar o quadro clínico do doente.

Por último, mas não menos importante, a obesidade, uma doença crónica que é, atualmente, um dos maiores desafios de saúde pública. O processo de perder ou ganhar peso vai muito além de contar calorias, dada a necessidade de uma abordagem abrangente e empática. O nutricionista vai olhar para cada pessoa como um todo, respeitando suas necessidades físicas e emocionais, e criando um plano alimentar que seja seguro, exequível e, o mais importante, sustentável a longo prazo.

Independentemente do objetivo, o primeiro passo da consulta de nutrição é sempre uma avaliação detalhada do seu estado nutricional. Isso envolve a recolha da história alimentar clínica da pessoa e a interpretação dos resultados dos exames laboratoriais. Posto isto, o nutricionista define, em conjunto com o utente, os objetivos e estratégias nutricionais e desenvolve um plano alimentar personalizado que vá ao encontro das suas necessidades nutricionais e que se adapte ao seu estilo de vida.

Seja para prevenir uma doença, tratar uma condição existente ou simplesmente melhorar o seu estilo de vida, o nutricionista poderá ser um intermediário importante neste processo. Afinal, quando se trata de cuidar de nós, cada escolha conta – e comer bem é uma das escolhas mais importantes que podemos fazer.

Tânia Gonçalves (Nutricionista, 4457N)

 

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