BIGGER: REMAX GRUPO MOVE - DE UM MERCADO IMOBILIÁRIO EM CRISE, A UMA ESCALADA DE PREÇOS!

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Em 2011 “abracei” o mercado imobiliário. Numa época em que o mercado estava em forte decadência, com a oferta superior à procura, os imóveis estavam a sofrer fortes descidas de valor de mercado. Os consumidores estavam a sentir a elevada subida do valor dos juros, pelo que associado a todas as despesas fixas das famílias o valor da prestação mensal do financiamento tornou-se um fardo muito difícil e penoso de suportar. 

Durante os anos seguintes, para muitas famílias foram momentos bastante árduos, em muitos dos casos ao ponto de verem o seu bem mais importante ser retomado pelo banco e perderem assim o seu 'porto de abrigo', os seus lares. Alguns dos exemplos que aqui posso partilhar com o leitor, são casos como edifícios à venda em pleno centro histórico por 25.000€, moradias de bairro na periferia da cidade por 15.000€, apartamentos T2 e T3 abaixo dos 70.000€, etc.

O mais estranho a que assistíamos, é que apesar de os valores por m2 rondarem os 250€/m2 para reabilitação e os 500€/m2 para imóveis perfeitamente habitáveis, nós profissionais do mercado imobiliário, tínhamos imensa dificuldade em vender os imóveis que tínhamos em carteira. Não havia interesse por parte dos compradores, conseguíamos alguns negócios com investidores e construtores. Os negócios com o público que procura normalmente adquirir um imóvel para habitação própria com recurso a financiamento eram quase inexistentes, estes não tinham poder económico.

Aliás ao invés disto, víamos e ouvíamos notícias de retomas bancárias diárias em Portugal. No meu caso em particular, (talvez por ser muito sensível à tristeza das pessoas), foi muito difícil ver tanta gente perder os seus lares por não poderem pagar a mensalidade bancária.

A par com os Juros em escalada, surgia também um problema grave com empresas que não suportavam as despesas e dispensavam os seus funcionários e outras insolventes fechavam as portas, sendo as famílias vítimas do despedimento.

No Ano de 2017, inicia-se uma reviravolta no mercado imobiliário, reverte-se o passado para um futuro totalmente diferente, onde até alguns de nós com mais experiência nos viríamos a surpreender. Com um retrocesso no valor dos juros elevadíssimos, para uma quebra nestes valores, o acesso ao financiamento tornou-se mais ágil para as famílias e empresários. Perante um cenário em que a procura de imóveis se viria a retomar, aconteceu aquilo que sempre acontece em todos os ramos de negócio, mais procura, valores mais elevados.

Desde essa época até aos dias de hoje, assistimos aos valores por m2 dos imóveis, mais do que quadruplicarem. Casos em que, como por exemplo no centro histórico se alteraram os valores de 250€/m2 para 1400€/m2 para imóveis a necessitar de intervenção e de 500€/m2 para 3.000€/m2 para imóveis totalmente renovados, bem como apartamentos que não se conseguiam comercializar por 70.000€ a serem agora vendidos por 140.000€ ou mais.

Numa fase em que os Juros chegaram a valores negativos, comercializaram-se em Guimarães imóveis que oscilavam de preço rapidamente, face à elevada procura que existia.

Aquando da pandemia por Covid 19, em que estivemos isolados nas nossas casas tive uma intuição errada de que o valor dos imóveis pudesse eventualmente baixar, face aos factos que presenciamos. Intuição que não se veio a confirmar, pelo contrário, os valores voltaram a subir após a pandemia. Actualmente, deparamo-nos com uma nova subida das taxas de juro pelo que se prevê uma nova oscilação no mercado imobiliário.

 

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