Funerária S. Sebastião já conta com a 3ª geração
Carlos e Dulce Soares são o rosto da actual Funerária São Sebastião, mas uma vasta equipa colabora de uma forma altamente profissionalizada na execução das diferentes tarefas. Mas a história desta funerária tem já cerca de 55 anos e os manos Soares são já a segunda geração da empresa. Agostinho Soares, pai de Dulce e Carlos, trabalhava na antiga e conceituada funerária Eugénio e Novais.
Com a morte do Sr. Eugénio e não havendo na família quem quisesse dar sequência à empresa, Agostinho Soares adquiriu o espólio da Eugénio e Novais.
Estávamos em 1970 e no dia 8 de Setembro desse ano, Agostinho Soares e Maria Elvira Oliveira, davam inicio ao que seria até aos dias de hoje a «Funerária São Sebastião», assim denominada em virtude da mesma estar localizada na Rua de Camões na freguesia de São Sebastião. À época, a funerária dispunha de escritórios e armazém na referida rua, tinha uma viatura de apoio e assim laborou recorrendo ao aluguer de veículos funerários a duas firmas ligadas à área automóvel que existiam na cidade.
Eis-nos chegados a 1987, devido a doença prolongada, faleceu a 21 de Agosto, Agostinho Soares, enorme perda para a família e para a firma. Nesta ocasião junta-se à equipa Dulce Soares desde essa altura até aos dias de hoje opera sob a gerência dos dois irmãos.
Ao longo do tempo os processos foram sendo modernizados e a Funerária São Sebastião foi priorizando sempre as necessidades que os clientes iam apresentando. O espaço de retaguarda foi substituído por um de área maior, mais próximo da cidade, onde foram criadas condições para conservação dos corpos em frio, mas também condições para preparar e higienizar os mesmos. Melhorou também a frota substituindo os veículos funerários e de apoio, dispondo nesta altura de seis viaturas para a actividade.
Em Fevereiro do ano passado inaugurou um novo escritório sito na Avenida D. Afonso Henriques. O espaço foi idealizado para dar mais conforto e comodidade aos clientes, amigos e parceiros que o visitam, tornando-o mais moderno, intimista e acolhedor para receber as famílias num momento de dor.
A terceira geração está a ser preparada no sentido de continuar o negócio familiar e os projectos futuros a curto prazo são de adquirir uma nova e mais moderna viatura funerária, ampliar o espaço de retaguarda, uma vez que dispõe actualmente de cerca de 350 metros quadrados de área coberta, mas que se afirmam exíguos, pensando pois na ampliação do mesmo.
Para a maioria das pessoas este é um negócio que mexe muito com as emoções e nem todos estamos preparados para lidar com a situação, mas tanto Dulce como Carlos Soares, que desde muito novos estão ligados ao sector, sendo o agente funerário mais antigo do Concelho, afirmam que muito provavelmente para quem vem de outras áreas de trabalho para a actividade funerária, possam ter algumas dificuldades na integração, "Na Funerária de São Sebastião não sentimos essas dificuldades, pois crescemos nesta actividade. Claro que temos emoções mas procuramos manter a frieza e a lucidez necessária para que possamos ajudar as famílias a ultrapassar este momento", declararam.
Carlos Soares recorda os tempos em que senhoras transportavam as urnas à cabeça, para a casa da pessoa falecida onde decorriam os velórios, tempo em que as urnas eram também levadas num carrinho de mão que existia nas proximidades da Eugénio e Novais, do tempo em que alguns taxistas a 'medo' também as transportavam. Houve ainda uma altura em que o transporte para o cemitério era feito numa carreta que havia na cidade, recorda também que as urnas eram feitas por carpinteiros na funerária e decoradas em diferentes tecidos, mas normalmente veludo. De decorar centenas de casas para acolher o velório, dos imensos funerais que fazia sozinho, "porque o pessoal era pouco e tínhamos que nos dividir pelos funerais que havia", frisou.
Felizmente tudo evoluiu e hoje o funeral decorre com mais naturalidade, quase diria mais 'leve' no sentido do luto ser encarado com mais leveza, pois no que a cores diz respeito, no passado ficou o preto carregado da altura.