BIGGER: CliHotel - Maria da Conceição Silva recuperou de um atropelamento no Centro de Reabilitação de Guimarães
Entusiasta das caminhadas, Maria da Conceição Silva viveu, este ano, o pior Verão dos seus 76 anos de vida. Em Julho, um atropelamento que lhe incapacitou os membros inferiores deprimiu-a e levou-a a pensar que 'jamais voltaria a andar'. Mas os quatro filhos contrariaram a recomendação dos serviços de saúde, que aconselhavam cuidados continuados, e encaminharam-na para o Centro de Reabilitação de Guimarães (CRG). "Fiquei contentíssima, às vezes até penso que aí me aconteceu um pequeno milagre", revelou, agora que recuperou a mobilidade e, apenas três meses depois, até já voltou às suas estiradas de vários quilómetros.
"Cheguei ao CRG muito mal. Vinha mesmo em baixo, não me apetecia fazer nada, desisti de tudo", recordou Maria da Conceição Silva. Fisicamente, "começar a andar era o que me custava mais", sublinhou. Mas "não andar era um verdadeiro tormento psicológico", contou a septuagenária, residente em Azurém, que, apesar da idade, continua a ser fá incondicional de caminhadas, de preferência na Póvoa de Varzim.
"Não poder sair da cama, para ir, pelo meu pé, à casa de banho, e ter de chamar as pessoas para me levarem à aparadeira, foi o que mais me entristeceu", descreveu Maria da Conceição Silva, que se via inclusive, ainda que involuntariamente, desencorajada por amigos e vizinhos, que não tinham fé numa recuperação como a que acabaria por realizar.
Viúva e mãe de quatro filhos, agradece-lhes o facto de não terem desistido e de a encaminharem para o CRG. "Foi o melhor que me podia ter acontecido. Nunca esperei que as coisas fossem assim tão rápidas. Fiquei contentíssima, às vezes até penso que isto foi um pequeno milagre que me aconteceu", afirmou, por entre grandes elogios ao trabalho que desenvolveram com ela.
"O fisioterapeuta Miguel dizia-me: D. Conceição, você vai sair daqui nova, vai ver que vai sem muletas. E eu pensava que ele me estava apenas a dar força, a incentivar, que não era verdade. Mas foi! Estou muito contente com o trabalho dele e de todos os funcionários do CRG", confidenciou Maria da Conceição Silva, com a candura de quem, enquanto doméstica, viveu sempre para cuidar dos outros.
"A minha mãe sempre foi muito dinâmica. Nunca gostou de estar parada. Sempre apreciou a sua independência. Por isso, a simples possibilidade de perder tudo isso de um dia para o outro revelava-se traumático. Ainda bem que a levamos para o CRG", afirmou a filha Manuela Cunha.
"Inicialmente, a sua locomoção era auxiliada por andarilho e, posteriormente, por muletas. Mas, felizmente, conseguimos que concluísse o processo com sucesso e hoje é independente nas suas actividades de vida diária, o que para nós é motivo de orgulho", revelou Miguel Ribeiro, o fisioterapeuta que a acompanhou.
Ultrapassando novos desafios, dia após dia, Maria da Conceição Silva "recuperou a força nos membros inferiores e ainda sente algum desconforto nos quadricípites e nos abdutores", como revelou o fisioterapeuta, mas já faz a sua vida de forma autónoma e, mais do que nunca, valoriza cada singela oportunidade para continuar a caminhada da vida.