Bons Pais, Bons Filhos: A difícil tarefa de educar na adolescência
De repente o seu filho não cumpre mais as regras? Reclama e coloca defeitos em tudo? Está sempre do contra? Discute o tempo todo com o irmão/ã? Tem sempre a resposta na ponta da língua? Só quer saber do telemóvel e do computador?
De facto, estes são sinais que o seu filho já não é uma criança, que começa a afirmar-se, e que está a entrar na desafiante fase da adolescência.
A adolescência é uma fase em que ocorrem inúmeras mudanças que vão tornar o jovem num adulto, e por isso, merece especial atenção dos pais. Representa um período complicado para pais e filhos: as relações ficam mais difíceis, as preocupações aumentam, e é preciso gerir com calma esta fase cheia de experiências novas para os jovens.
A adolescência e as grandes mudanças que a caracterizam exigem dos pais ajustes, para que consigam corresponder à difícil tarefa de educar na adolescência.
No meio de todas estas mudanças, pode criar a ideia que o seu filho já não precisa de si, mas a verdade é que precisa. Embora não o demonstre, o seu filho precisa sentir segurança, que é amado por si, e que o vê de forma positiva (e não apenas como fonte de possíveis problemas).
Se por um lado, ser adolescente significa explorar, descobrir, e experienciar, de modo a construir a própria identidade. Por outro lado, fruto da sua inexperiência, os adolescentes precisam que a família os oriente.
O dever dos pais é guiar o adolescente, explicar, e dar a conhecer. Não é proibir, mas dificultar algumas experiências, e sobretudo, ajudá-los a aprender com as mesmas. Embora não existam receitas mágicas para educar, na adolescência, palavras como negociação, cooperação, comunicação e compreensão são palavras de ordem.
Envolva o seu filho na tomada de decisão, negoceie regras e limites (p.e. horário de saídas à noite, horário das refeições, horas que o seu filho passa no telemóvel), ganhe a sua cooperação (em vez da sua obediência), invista na relação com o seu filho e planeie tempo de qualidade com ele (p.e. façam programas juntos, que sejam do interesse do seu filho), escute- o mais (e fale menos), e reclame menos também (p.e. não esteja sempre a corrigir, e mostre
satisfação com algo que ele fez).
Para finalizar, o mais importante, seja empático.
A empatia é a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro. Se se lembrar da sua adolescência, entenderá melhor o entusiasmo, as angústias e as dificuldades do seu filho, e acima de tudo irá lembrar-se do que resultou consigo e do que o incomodou.
Cristiana Fernandes, Psicóloga do CAFAP do Centro Juvenil de S. José
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