Professores da UMinho premiados pela Sociedade Portuguesa da Medicina da Reprodução

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Rui Miguelote e Vanessa Silva, professores da Escola de Medicina da Universidade do Minho, venceram recentemente o Prémio Clínico da Sociedade Portuguesa da Medicina da Reprodução, por um projecto que visa melhorar o diagnóstico da disfunção ovulatória, a qual afeta 5 a 10% das mulheres em idade fértil.

Estas mulheres têm ciclos menstruais irregulares ou não têm sequer menstruação, que é a principal causa de infertilidade feminina. São diagnosticadas em geral com a síndrome do ovário poliquístico, a mais comum, mas na verdade muitas delas têm a chamada amenorreia hipotalâmica funcional. Os dois casos envolvem alterações físicas e psíquicas na pessoa, mas estão ainda mal compreendidas e faltam bons métodos para identificar e quantificar algumas causas, como o stress psicológico.

“Este é um erro de diagnóstico frequente e pode levar a terapêuticas ineficazes, que vão atrasar a correção da ausência de ovulação e causar ansiedade e sofrimento às mulheres”, explica Rui Miguelote. Em ambas as situações, as jovens com boa reserva ovariana têm ciclos irregulares (ou ausência) de menstruação e ovários com morfologia poliquística na ecografia, o que gera dúvidas.
“Os nossos resultados prévios sublinham a importância de avaliar bem o stress psicológico, além dos hábitos de exercício físico e dos níveis da proteína leptina”, frisa Vanessa Silva. A leptina é ligada à regulação do apetite e da gordura, havendo nestas mulheres por vezes alterações no peso, nos pelos, no cabelo e na acne. A investigadora reforça que a designação “ovários poliquísticos” representa a morfologia do ovário e não uma condição patológica que permita um diagnóstico imediato.

O projecto laureado chama-se inOvulação (www.inovulacao.com) e está em curso no Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da UMinho, em Braga. Têm sido estudado participantes com disfunção ovulatória e participantes com ciclos menstruais regulares (grupo de controlo), com apoio da farmacêutica alemã Merck Serono. Os principais objetivos dos cientistas são clarificar critérios de diagnóstico e validar o uso de novos doseamentos hormonais e de testes de avaliação do stress psicológico que permitam distinguir melhor aquelas patologias, melhorando assim significativamente a qualidade de vida e a saúde reprodutiva das pacientes.

Quanto ao prémio, Rui Miguelote e Vanessa Silva enaltecem a “gratificação” de ver o trabalho reconhecido, que consideram “um passo para fazer uma diferença tangível” na vida das mulheres e “uma mais-valia” para os médicos da área obterem mais informação para a sua prática clínica.

 

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