Astrónomo amador registou chuva de meteoros que iluminou Guimarães
Miguel Ventura fotografou um meteoro de grandes dimensões durante a chuva de estrelas que, na semana passada, iluminou o céu em Guimarães.
O astrónomo amador, residente na Cidade Berço, conseguiu um registo memorável, após ter deixado a máquina fotográfica instalada num enquadramento voltado para o icónico eucalipto que se impõe sobranceiro, na colina da Quinta de Vila Verde, na freguesia de Urgezes.
Em declarações prestadas ao Grupo Santiago, Miguel Ventura considerou que é "uma boa época do ano para observar as maravilhas do andar de cima". "Tivemos a chuva de meteoros - das Geminídeas - talvez a segunda maior chuva de estrelas do ano, porque a primeira - as Perseidas - ocorreu em agosto", contextualizou, ao sublinhar que foi "particularmente forte". "Não tivemos um número tão elevado de meteoros, mas os meteoros são muito grandes e bastante coloridos e deixaram a sua marca no céu. Este ano não foi excepção. O pico foi na madrugada do dia 14, pelas 00h30. Estive a fotografar e apanhei facilmente 40 a 50 meteoros por hora, o que é uma boa média, para aquilo que habitualmente costumamos visualizar. Foi um espectáculo muito bonito. Fui para Várzea Cova, em Fafe, mas deixei uma câmara fotográfica montada a partir da minha varanda, voltada para a árvore mais conhecida de Guimarães. Precisamente, às 21h38, registou o momento em que passou o meteoro enquadrado com aquele eucalipto bastante conhecido. Quando cheguei a casa, ao ver as fotografias... Fiquei boquiaberto", conta, entusiasmado.
Miguel Ventura exerce a actividade profissional no ramo automóvel, mas dedica-se à astronomia com paixão e conhecimento, impulsionando actividades como observações e workshops especializados de fotografia. "O céu de outono e inverno em Portugal é bastante interessante, porque temos constelações, vários objectos que começam já a surgir e para quem gosta disto é aliciante", refere, indicando que as pessoas estão a recuperar "o contacto com céu, o encanto pelas estrelas". "Há cada vez mais pessoas interessadas nestes fenómenos: chuvas de meteoros, super-luas, cometas", acrescenta, ao revelar que o entusiasmo pessoal levou-o a desenvolver o projecto "Counting Stars", organizando eventos à luz das estrelas, acampamentos e provas de vinhos com observações com telescópios, especializando-se na vertente de astroturismo, com várias actividades realizadas em Fafe, Cabeceiras e Celorico de Basto. "Aquela zona que não é tão densamente povoada oferece um melhor céu. Em Guimarães, não temos um céu que nos convide a observar muitas das maravilhas do andar de cima, como costumo dizer", analisa, comentando: "quando está bom tempo, aproveito para fotografar alguma coisa".
Nesta época, para as noites de céu limpo, Miguel Ventura deixa uma sugestão: "podemos observar a constelação de Orion, talvez a constelação maior do céu de outono; a partir das 18h00, começa a surgir no horizonte; é facilmente reconhecida porque tem três estrelinhas na diagonal que é o cinto de Orion - na mitologia é o caçador. Aquelas três estrelinhas bem juntinhas são conhecidas por serem o cinto, ou por serem "As Três Marias".
Foto: Facebook de Miguel Ventura