Homenagem a Maria Norberta Amorim no III Congresso Internacional de Guimarães - As Cidades na História
A Presidente Congresso Internacional - As Cidades na História: Economia (2023,) que decorre até amanhã em Guimarães, foi homenageada na cerimónia de abertura dos trabalhos realizada ontem, no Centro Cultural de Vila Flor.
O papel-chave de Maria Norberta Amorim na organização deste evento científico que vai já na terceira edição, a intervenção activa em sucessivas edições do Congresso Histórico de Guimarães e o seu percurso académico mereceram o "reconhecimento e gratidão", numa homenagem que teve como porta-voz o Reitor da Universidade do Minho.
Volvidos 50 anos desde a publicação da sua primeira obra intitulada "Rebordãos e a sua população nos séculos XVII e XVIII", referente a uma paróquia do distrito de Bragança, Rui Vieira de Castro recordou esse trabalho académico inicial, ao fazer a apresentação do mais recente livro da prestigiada historiadora, com o título «Raízes de uma vila industrial. As gentes de Ronfe (Guimarães) entre os séculos XVI e XX".
"A este arco temporal, definido por estas duas publicações, corresponde uma intensa actividade científica, uma actividade que se mantém plenamente, como esta obra demonstra", disse, acrescentando: "o percurso da Professora Norberta Amorim é um percurso notável quando consideramos os projectos, os artigos, os livros que tem publicado ao longo da sua carreira".
O Reitor da Uminho destacou igualmente a acção "da professora Norberta na estruturação institucional da investigação desenvolvida no actual Instituto de Ciências Sociais da Instituição, com a criação do Núcleo de Estudos de População e Sociedade", lembrando que a homenageada iniciou funções no início dos anos 80, "quando a Universidade estava a cumprir a sua primeira década de actividade e estava a viver um momento muito desafiante da sua organização interna, mas também da afirmação das áreas científicas que tinha decidido eleger como áreas de actuação, de lançamento de novas formações".
Rui Vieira de Castro apontou como exemplos desse envolvimento de Maria Norberta Amorim "a criação cursos de formação pós-graduada, de mestrado na área da História das Populações, da Colonização, e Património e Turismo".
"Para além disso, a professora Norberta teve uma intervenção numa área que é fundamental para a organização de um qualquer campo científico que é o associativismo científico e foi fundadora da Associação de Demografia Histórica", continuou, destacando que continua activa "no quadro da unidade de investigação em que trabalha o CITCEM, mas também num projecto da Universidade do Minho - da Casa de Sarmento - que é uma Unidade Diferenciada da Universidade, constituída em estreita colaboração com o Município de Guimarães e com a Sociedade Martins Sarmento".
"É com este enquadramento que a professora Norberta desenvolve um dos projectos que lhe é mais caro que é o Repositório Genealógico Nacional", salientou, lembrando que o Município de Guimarães já a distinguiu com a atribuição da Medalha de Ouro de mérito cultural.
"É de uma vida cheia que falamos, mas uma vida muito viva ainda", afirmou, destacando como característica da historiadora de 80 anos, nascida na ilha do Pico, "a vontade de aprender sempre mais qualquer coisa, uma atitude construída perante o conhecimento e perante a vida".
A homenageada agradeceu a homenagem e reconheceu que o seu percurso académico resulta de "acasos felizes" e do incentivo e do estímulo que recebeu de "muitas pessoas". "Foi uma sorte, desde o início que entendi que a demografia histórica era algo fantástico para o conhecimento do passado das comunidades", referiu Maria Norberta Amorim, fazendo questão de distinguir o apoio que tem recebido da equipa da Casa de Sarmento, aproveitando para referir-se ao seu Coordenador e Secretário-Geral do Congresso, Antero Ferreira, como o "aluno de coração", "o aluno que espero que segure e potencie, pelas suas qualidades" o trabalho que tem desenvolvido. Pediu ainda "o apoio dos autarcas" para concretizar a ambição de estidar o século XVI.
Na cerimónia, a Vice-Presidente do Município de Guimarães, Adelina Pinto, deu as boas-vindas aos cerca de 150 congressistas, destacando a importância do seu trabalho para o conhecimento do passado e para a definição de políticas para assegurar "o futuro das cidades".
Nesta quinta-feira, os trabalhos dos congressistas continuam no Centro Cultural de Vila Flor, onde pelas 18h30, no grande auditório, será apresentado o livro da autoria de Manuela de Alcântara Santos, "Livros de notas de um ourives feirante José Moreira Pinto de Carvalho (1806-1864)", apresentado pelo Professor Jorge Fernandes Alves.
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