Casa da Caldeiroa acolhe 10 menores não acompanhados do Afeganistão a necessitarem de protecção internacional
Foi esta sexta-feira inaugurada a Casa da Caldeiroa numa cerimónia que contou com a presença da Secretária de Estado da Inclusão.
Na cerimónia, a Presidente da Casa da Criança de Guimarães falou de mais um "dia feliz" para a instituição que dirige.
"É muito importante estarmos aqui hoje, lutamos muito por esta casa", começou por afirmar Joana Prata.
Aquela responsável acrescentou que o projecto começou em 2015 "quando o Mundo acordou para o problema dos refugiados", dando início a caminho no âmbito do «Guimarães acolhe». "Um longo caminho cheio de impasse e constrangimentos burocráticos do qual não desistimos não fosse a força do ideal que nos anima e o inestimável e generoso apoio da Câmara Municipal que esteve ao nosso lado desde o início do processo. Senhor doutor Domingos Bragança, esta casa é sua, é da Associação e também da Cidade que há mais de 20 anos nos acarinha".
A criação da Casa da Caldeiroa foi patrocinada pela Câmara Municipal. Domingos Bragança salientou a necessidade urgente de acolher aqueles que fogem da guerra.
"A condição humana daqueles que fogem da guerra não tem país, não tem nacionalidade nem religião, nem etnia. Particularmente os jovens e adolescentes, são como os nossos filhos e os nosso netos e que temos de ajudar", sublinhou.
Para o Edil, precisam particularmente de atenção "os jovens e adolescentes que fogem da guerra e da violência, da violência extrema e num contexto de extrema miséria humana".
Domingos Bragança sublinhou ainda ser necessário "agir" numa sociedade tecnologicamente evoluída mas que se debate com constantes dramas humanos. E perante este cenário, o Edil de Guimarães considera ser imperioso "agir". "Agir de modo institucional, de forma organizada e já estamos a agir com o projecto «Guimarães acolhe» e com o trabalho desenvolvido pela Associação da Casa da Criança. Já estamos a dar resposta".
Na sua intervenção a Secretária de Estado da Inclusão deu conta do trabalho que tem vindo a ser realizado e promovido pelo Governo no âmbito do acolhimento de refugiados da guerra. Ana Sofia Antunes referiu que a política do Governo tem sido a de aumentar a resposta especializada que promova a autonomização dos menores que chegam a Portugal, nomeadamente através da recente portaria de acolhimento residencial.
"O que pretendemos cada vez mais é especializar as respostas, não apenas com estruturas como esta Casa da Caldeiroa que promovem a autonomia, mas também com a criação, cada vez mais, de apartamentos de autonomização porque o que queremos é que estes jovens possam ter um contexto de vida com aquele que seria um contexto familiar e que permita a sua autonomização, ganharem todas as ferramentas de que necessitem para se tornarem autónomos, independentes, com um percurso escolar acompanhado bem sucedido e garantindo que esse acolhimento residencial é feito até ao momento em que o jovem efectivamente dele precise", afirmou.
No âmbito da inauguração da Casa da Caldeiroa, às 14h30, terá início na Black Box do CIAJG - Centro Internacional das Artes José de Guimarães o Seminário «Novos caminhos: acolhimento de crianças e jovens refugiados em Portugal».
Marcações: Casa da Caldeiroa, Afeganistão