Câmara de Guimarães emite nota de pesar pela morte do historiador que "referiu a Batalha de São Mamede como o início de Portugal"
O Presidente da Câmara de Guimarães emitiu uma nota de pesar, em que expressa consternação pela morte de José Mattoso que tinha sido convidado a ser o Presidente Honorífico da Comissão Científica dos 900 anos da Batalha de São Mamede, que se estenderão até 2030, e procurarão incidir sobre os aspetos ligados ao percurso de D. Afonso Henriques, desde o momento em que é armado cavaleiro, em 1125, em Zamora.
Em comunicado, o Município indica que José Mattoso, filho do professor do liceu António Gonçalves Mattoso, nasceu em Leiria em 1933, tendo falecido hoje, aos 90 anos. Um dos maiores nomes da historiografia medieval portuguesa, José Mattoso chegou a ser monge entre os 17 e os 30 anos, tendo-se licenciado em História na Universidade Católica de Lovaina, onde concluiu o seu doutoramento em História Medieval.
Foi Presidente do Instituto Português de Arquivos entre 1988 e 1990 e diretor da Torre do Tombo entre 1996 e 1998. O historiador acumulou, durante a sua carreira, vários prémios como o Prémio Pessoa e o Prémio Alfredo Pimenta, além do galardão do Ensaio do PEN Clube Português.
"José Mattoso, que se referiu à batalha de São Mamede de 24 de Junho de 1128 como o início da identidade de Portugal, estará para sempre associado ao medievalismo português e à inovação metodológica, através das fontes genealógicas e do estudo antropológico das relações entre famílias nobres portuguesas.
Mais recentemente, José Mattoso foi convidado a ocupar o cargo de Presidente Honorífico da Comissão Científica dos 900 anos da Batalha de São Mamede, comemorações que se estenderão até 2030, e que procurarão incidir sobre os aspetos ligados ao percurso de D. Afonso Henriques, desde o momento em que é armado cavaleiro, em 1125, em Zamora", salienta o comunicado, em que Domingos Bragança expressa a sua consternação pelo falecimento, apresentando à sua família e amigos as mais sentidas condolências.