Bispo Auxiliar de Braga defende limitação do ministério para alegados abusadores

O Bispo Auxiliar de Braga defende que "estes dias duros que vivemos, de via purgativa, de estrada penitencial, nos levem a caminhos novos em ordem a comunidades cristãs sãs e seguras, conscientes de que não pode continuar a haver vítimas, agressores e encobridores".

Numa altura em que a igreja se debate com o resultado da Comissão Independente que investigou os abusos sexuais na instituição, Nuno Almeida considera ser "preciso reforçar uma nova consciência sobre o poder de cada um para saber ouvir e ler os sinais de alerta, pois não é possível manter a impunidade nem o silêncio". Aquele responsável da igreja da Diocese de Braga entende ser útil "estudar as boas práticas de outros países e avançar também em Portugal com percurso de cura e reconciliação".
Num texto publicado na página da Diocese de Braga na internet, Nuno Almeida lamente que ainda não haja "programas de acompanhamento psiquiátrico e psicoterapêutico, de acompanhamento espiritual e de reconciliação nem para as vítimas nem para abusadores".

"Como discípulos de Cristo, acreditamos que uma pessoa se pode abrir à graça do perdão e deixar-se transformar, ninguém está irremediavelmente perdido. Há sempre essa possibilidade, mas tem de passar pela capacidade de admitir a culpa e pelo difícil equilíbrio entre a justiça, verdade e a misericórdia", escreveu.
D. Nuno Almeida defende que se devem "abrir caminhos de reconciliação e de cura para agressores” e a Igreja poderá ou deverá ter de retirar o agressor identificado da actividade pastoral, sublinhando que as medidas cautelares podem incluir o afastamento ou proibição de exercício do ministério, sendo que não são uma pena e o agressor não pode ser abandonado.

Para o Bispo Auxiliar de Braga, "como discípulos de Cristo, acreditamos que uma pessoa se pode abrir à graça do perdão e deixar-se transformar, ninguém está irremediavelmente perdido. Há sempre essa possibilidade, mas tem de passar pela capacidade de admitir a culpa e pelo difícil equilíbrio entre a justiça, verdade e a misericórdia".


Marcações: D. Nuno Almeida

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