Terceira Equipa de Intervenção Permanente reforça "resposta profissional" dos Bombeiros das Caldas das Taipas

O Ministro da Administração Interna presidiu este sábado à cerimónia de assinatura e homologação do protocolo da terceira equipa de intervenção permanente (EIP) da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Caldas das Taipas, reforçando "a resposta profissional" da corporação perante as exigências e riscos da protecção civil. 

"Podem contar connosco para as responsabilidades que estão a assumir!", garantiu José Luís Carneiro, durante a sua intervenção, vincando o seu empenho e compromisso em assegurar o "financiamento" e a profissionalização dos bombeiros, anunciando que brevemente será celebrado um "acordo equivalente" com a corporação de Guimarães.

Na sua intervenção, o governante enalteceu o esforço conjunto da administração central e das autarquias para a implementação deste modelo de resposta especializada às necessidades de socorro da população, fazendo questão de salientar que as transferências permanentes para as associações de bombeiros do distrito de Braga aumentaram 86 por cento entre 2015 e 2022. "Em 2015 transferimos 2, 778 mil euros e no ano passado o valor subiu para 5, 192 mil euros", afirmou. No caso da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários das Taipas, José Luís Carneiro vincou que a Instituição recebia 198 mil euros em 2015, valor que subiu 280 mil euros em 20222 e "em 2023 o esforço será ainda maior". "Passam a ter uma terceira equipa, o que significa 100 mil euros que vêem directamente da Administração Central e outros 100 mil euros que vêm da Câmara Municipal, é um contributo importante e permanente para a profissionalização e para a criação de melhores condições para os bombeiros que aqui desenvolvem actividade", manifestou, aproveitando para assumir que continuará a trabalhar para o desenvolvimento da "atractividade do voluntariado", na sessão que contou com a presença do Presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil, Brigadeiro General Duarte Costa.

O Ministro sublinhou ainda que já este ano será implementada uma mudança no pagamento do dispositivo especial de combate aos incêndios rurais, tendo a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil já os recursos financeiros para reembolsar as associações humanitárias das suas despesas.No seu discurso, José Luís Carneiro referiu-se "aos momentos muito exigentes da vida nacional e internacional", mas aludiu também aos efeitos das alterações climáticas e implicações para os serviços de protecção civil. "Há três factores especialmente de risco na vida das comunidades, no que respeita aos incêndios florestais, quando as temperaturas estão acima dos 30º, a humidade abaixo dos 30 por cento e quando os ventos são superiores a 30 km. No verão que passou, tivemos temperaturas de 47º, humidade abaixo de 10 por cento e ventos acima dos 60 km. Estes indicadores mostram bem a magnitude dos riscos que temos em relação ao futuro. Tivemos incêndios no verão cujas projecções das faúlhas dos incêndios alcançaram em poucos minutos dois a três quilómetros. A Europa teve mais 60 por cento de incêndios e mais 69 por cento de área ardida", alertou. "É necessário não apenas continuar o esforço de robustecimento e qualificação e fortalecimento do sistema nacional de protecção civil como se exige uma cada vez maior capacitação de todos os cidadãos. Mas temos também de corresponder ao objectivo da capacitação das forças e dos serviços que compõem e integram o sistema nacional de protecção civil e entre elas os bombeiros portugueses que constituem o alicerce fundamental do sistema nacional de protecção civil", apontou, ao referir-se às equipas de intervenção permanente que "têm como objectivo a progressiva capacitação dos corpos de bombeiros, que primeiramente são bombeiros voluntários mas que estão num percurso de transição gradual para a profissionalização".

Durante a cerimónia, o Presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, fez questão de elogiar "a entrega, dedicação, conhecimento, competência e coragem" de José Luís Carneiro na liderança de um Ministério "tão exigente" como é o da Administração Interna.

Por sua vez, o Presidente da Direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários das Caldas das Taipas realçou que há muitos anos a Instituição não era visitada pelo mais alto responsável do Ministério da Administração Interna, agradecendo o contributo para o reforço dos meios para a protecção dos cidadãos, deixando um alerta face ao aumento dos encargos "com combustíveis e energia". Luís Soares advertiu para a necessidade "continuar a aperfeiçoar os mecanismos para atrair e fixar bombeiros tanto profissionais como voluntários". "O protocolo permite a contratação de cinco profissionais e as suas remunerações são assumidas pelo Governo pela Câmara de Guimarães, embora sejam complementadas por opção da Direcção com um adicional sem o qual não conseguimos competir na contratação e na fixação de bombeiros com outros ramos do sector privado".

"A Direcção definiu para o mandato como objectivo principal a valorização do capital humano, porque sabemos que sem bombeiros não há socorro", disse Luís Soares, indicando que em parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional a elaboração de um plano de formação para todo o corpo activo e funcionários da associação.

O Presidente da Direcção afirmou que está em curso uma revisão das tabelas salariais com o objectivo de definir regras de avaliação e progressão de todos os trabalhadores "capaz de dar horizontes, expectativa e condições de atractividade e fixação dos profissionais". "Em breve, na linha da frente esperamos contar com 18 homens e mulheres que frequentam a Escola de Estagiários e têm como primeiro objectivo servir e proteger", anotou, acrescentando que nos próximos três anos "devemos procurar cultivar na comunidade, na juventude a importância de participar na missão de ser bombeiro. Pretendemos dar contributos para o regime jurídico aplicável aos bombeiros, para melhorar o regulamento municipal de concessão de benefícios e avançar com projectos capazes de continuar a reconhecer o trabalho voluntário e o envolvimento dos que prestaram serviço e integram o quadro de honra e até se conseguirmos mobilizar apoio ponderar a construção de uma casa de repouso que proteja os bombeiros na velhice".

Com a homologação deste protocolo com o Ministério da Administração Interna, Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil e Câmara Municipal de Guimarães, os Bombeiros Voluntários das Caldas das Taipas passam a ter três equipas de intervenção permanente, num total de 15 elementos.

Marcações: Bombeiros Voluntários das Taipas, Equipa Intervenção Permanente, Associação Humanitária dos Bombeiros das Caldas das Taipas

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