Comerciantes não querem para já ruas encerradas ao trânsito no centro da cidade de Guimarães
A maioria dos comerciantes vimaranenses não concorda com a eliminação da circulação automóvel na zona central da Cidade. É a conclusão da auscultação feita "porta-a-porta" pela Associação do Comércio Tradicional de Guimarães que procurou saber a opinião dos empresários ligados a este ramo de actividade sobre esta intenção da Câmara de Guimarães, expressa no Projecto Bairros Digitais.
"O corte de trânsito está incluído e já ouvimos o Sr. Presidente a dizer isso será uma realidade", justificou a Presidente da Direcção da Instituição, ao contextualizar a auscultação dirigida aos responsáveis pelos estabelecimentos localizados no "coração da Cidade". "Quisemos saber se estavam de acordo? Se achavam uma boa ideia? Convocamos uma reunião geral de comerciantes aberta a todos e as opiniões são esclarecedoras porque 99 por cento dos comerciantes mostraram-se contra o corte de trânsito 'nos moldes cortar por cortar'. Como vimos que a reacção foi tão unânime solicitamos uma reunião com os responsáveis da Autarquia", indicou Cristina Faria, ao ser contactada pelo Grupo Santiago, acrescentando que já foi recebida pelo Município.
"O que nos foi garantido é que nunca se cortará o trânsito por cortar. Primeiro será feita uma auscultação e que só será equacionada essa medida após a abertura de vários serviços no centro da Cidade, nomeadamente a Loja do Cidadão", observou.
Para a dirigente da ACTG, a possibilidade do trânsito automóvel ser condicionado ao fim-de-semana não merece aceitação. "Isso não funciona. Fechar aos fins-de-semana é matar-nos porque as pessoas não se dirigem aos estabelecimentos. Sempre que ocorreu um corte ao fim-de-semana estivemos a morrer devagarinho. Não entram clientes e o apuro desce 90 por cento. Isso será fazermos sofrer", sentenciou.
Neste momento, a ACTG aguarda a evolução da prometida instalação de serviços como a Loja do Cidadão no centro da Cidade e só depois ponderar a implementação de medidas para reduzir a circulação automóvel na zona central.
Cristina Faria deixa uma avaliação positiva à globalidade do projecto Bairros Digitais. "Tirando o corte de trânsito, está óptimo, mas temos de ir ao pormenor e averiguar as alterações que serão feitas com as próximas discussões", considerou, insistindo que a instalação de serviços como a Loja do Cidadão é essencial.